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Igreja católica | Bento XVI é acusado de omissão em casos de pedofilia na época que era arcebispo

Relatório independente mostrou que Bento XVI foi omisso, ao tomar conhecimento sobre casos de abusos contra crianças realizados por quatro padres

sexta-feira 21 de janeiro de 2022 | Edição do dia

(Foto: Arquivo JCS 17/11/2011)

Joseph Ratzinger, o papa emérito Bento XVI, está sendo acusado de omissão em casos de pedofilia cometido por quatro padres entre 1977 e 1982, período que era arcebispo de Munique e Freising.

O relatório independente em que consta a acusação possui 1.700 páginas e foi encomendado pela igreja católica da Alemanha e elaborado pelo escritório de advocacia Westpfahl-Spilker-Wastl, de Munique. Ratzinger está sendo acusado de "inação" diante de casos de abusos de crianças cometidos por quatro sacerdotes.

O então arcebispo não teria tomado nenhuma iniciativa em relação aos suspeitos de pedofilia entre 1977 e 1982. O advogado Martin Pusch relatou ao jornal Correio Braziliense:

"Acreditamos que ele possa ser acusado de má conduta em quatro casos. Dois deles dizem respeito a abusos cometidos durante o seu mandato, quando foram sancionados pelo Estado". Apesar da comprovação dos crimes pelos tribunais, os dois padres permaneceram dentro da igreja, e Ratzinger não teve nenhuma atitude em relação a isso.

De acordo com os advogados responsáveis pelo relatório, Ratzinger era informado sobre os abusos sexuais cometidos pelos quatro padres, e a igreja não teria feito nada a respeito.

Um dos casos que chama atenção é do sacerdote Peter Hullermann, que foi transferido para a arquidiocese de Munique em 1980, após abusar de crianças na Renânia do Norte-Vestfália, Baviera. Após ter sido condenado a uma pena de prisão com sursis em 1986, o padre voltou para Baviera dando prosseguimento aos crimes de pedofilia por décadas. O sacerdote foi forçado a se aposentar somente em 2010.

O relatório informa que o atual papa emérito não fez nada em relação as acusações à Hullermann na época.

O monsenhor Georg Ganswein, secretário particular de Bento XVI, disse que Bento ainda não leu o documento, e que somente nos próximos dias ele faria a leitura e examinaria o documento com a atenção necessária. O monsenhor declarou:

"O papa emérito expressa sua comoção e vergonha pelos abusos de menores cometidos por clérigos e oferece sua proximidade e orações a todas as vítimas".




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