CAMPANHA NAS ESCOLAS | Basta de censura! Pelo livre debate sobre gênero e sexualidade nas escolas!

O Movimento Nossa Classe Educação, composto por militantes do MRT e independentes, está chamando a uma campanha contra a censura de debates e a LGBTfobia nas escolas no mês de junho, mês do orgulho LGBT. Diante de casos absurdos, como o de um estudante de 11 anos que foi atacado por propor um trabalho sobre o tema na escola, e de projetos como “Escolhi Esperar” que é um celibato para a juventude, é muito fundamental que todos os professores que acreditam que a escola deveria ser um lugar do livre pensamento, debate e expressão de gênero e sexualidade se coloquem a rechaçar os reacionários que querem nos calar e controlar a sexualidade da juventude.

Nós professores, que lutamos incessantemente contra Bolsonaro, seus ajustes e reformas, que nos enfrentamos com os reacionários defensores do escola sem partido e todos aqueles que querem impedir o debate de gênero e sexualidade nas escolas, como Damares, que lutamos contra o governo Doria e seus ataques à educação, como o retorno inseguro das escolas, o novo ensino médio e as escolas PEI que vem avançando no estado, não podemos permitir que avancem com o conservadorismo e o cerceamento de debates e da expressão de gênero e sexualidade nas escolas.

O Brasil é um país que na pandemia viu os índices de violência lgbtfóbica, machista e racista se elevarem, isso com aval de governos como Bolsonaro que atua para atacar as mulheres, negros, lgbts e trabalhadores com o que há de mais reacionário. E também de Doria, que em 2019 foi responsável por retirar material didático das escolas por conter o que eles chamam de “ideologia de gênero”.

O caso do estudante de 11 anos, que foi atacado por pais de alunos e pela gestão da escola pelo simples fato de propor um trabalho sobre o mês do orgulho lgbt na escola, é inaceitável. Assim como o projeto “Escolhi Esperar” do reacionário Rinaldi Digilio, vereador pelo PSL, que quer promover um verdadeiro celibato com a juventude nas escolas dizendo que quer impedir a gravidez precoce e ainda é apoiado por Ricardo Nunes, atual prefeito de São Paulo e pelo próprio PSDB de Doria.

Todos os que defendem uma escola que seja livre para promover os mais diversos debates e que combata as opressões deveriam se colocar na linha de frente de rechaçar casos como esses, a começar pelo nosso sindicato, a Apeoesp, que não se pronunciou ainda. Nós professores devemos responder a esses casos, junto a comunidade escolar, promovendo debates e eventos, onde possamos refletir a história do movimento lgbt e combater todo tipo de lgbtfobia que se expressa dentro e fora das escolas. Muitos dos nossos alunos são lgbts e a escola deve ser um local de reflexão, de debate, e não de exclusão e controle sobre seus próprios corpos.

Além disso, o projeto “Escolhi Esperar” é um projeto totalmente conservador, onde querem controlar a sexualidade da juventude, sobretudo das mulheres, enquanto não oferecem nenhum tipo de Educação Sexual nas escolas. Nós pelo contrário, devemos lutar por métodos contraceptivos, educação sexual, e aborto legal, seguro e gratuito, para impedir a gravidez indesejada e a morte de mulheres por abortos clandestinos.

Por isso, nós do Nossa Classe Educação, chamamos todos os professores a se somarem a essa campanha. Vamos propor debates, live, reuniões, aulas, nas nossas escolas, junto com outros professores e estudantes, debates que se coloquem contra a censura e contra a lgbtfobia e resgate exemplos históricos como de Stonewall, que faz agora 52 anos. Outra forma de participar é enviando sua foto, cartaz, vídeo para nossa página no facebook e para o esquerda diário com os dizeres: “Basta de censura! Pelo livre debate sobre gênero e sexualidade nas escolas!”

Chamamos todos os professores, alunos, pais, a se somarem a essa campanha porque não vamos deixar Bolsonaro, Damares, Doria, e todos os conservadores enfiarem as nossas escolas em seus armários!

Envie sua foto e/ou vídeo para o whatsapp do Esquerda Diário (11) 97750-9596