As misteriosas manchas de óleo encontradas no litoral nordestino, ainda sem explicações, levaram ao decreto de situação de emergência na Bahia.
terça-feira 15 de outubro de 2019 | Edição do dia
O governador em exercício do estado da Bahia, João Leão, assinou ontem a declaração de emergência nos municípios afetados pelas manchas de óleo que se espalham rapidamente pelo litoral da Região Nordeste. O decreto permite que verbas contingenciais sejam usadas na contenção do óleo. João Leão assinou também um termo de recebimento de ajuda da sociedade civil e uma carta pedindo apoio ao Governo Federal.
De acordo com a secretaria de Meio Ambiente do Estado da Bahia, 35 toneladas de óleo já foram retiradas do litoral. A coleta do material contaminado é feita por uma força-tarefa composta por bombeiros, Defesa Civil e funcionários municipais.
Desastre ambiental
Desde o dia 30 de agosto, nas praias do nordeste vem sendo encontradas manchas de óleo, que ainda não tiveram sua origem descoberta. A primeira praia em que houve comunicado foi na Praia Bela, em Pitimbu (PB). A partir daí, a substância escura e pegajosa se espalhou pelos nove estados do Nordeste (Alagoas, Bahia, Ceará, Maranhão, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte e Sergipe).
No Sergipe, também foram encontrados nas praias barris de óleo, identificados com adesivos e inscrições da Shell. A alegação da multinacional imperialista é de que o barril foi reutilizado por algum transportador clandestino, não havendo ligação com a empresa. Segundo a empresa, "o conteúdo original dos tambores localizados na Praia da Formosa, no Sergipe, não tem relação com o óleo cru encontrado em diferentes praias da costa brasileira".
A primeira reação do governo Bolsonaro foi buscar se isentar da responsabilidade, após teste revelarem que o óleo não tinha origem nacional. O presidente tentou usar como parte de sua guerra ideológica, apontando a Venezuela como responsável pelo derramamento.
Enquanto, o governo não possui nem um plano de combate ao óleo que continua se espalhando, acarretando em danos irreparáveis, o presidente quer transformar o desastre numa guerra ideológica.
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