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BARRAGENS DA VALE | Aumenta risco de rompimento na barragem da Vale em Barão de Cocais (MG)

segunda-feira 17 de junho de 2019 | Edição do dia

Como já vínhamos denunciando por aqui no Esquerda Diário, não é de hoje que a população de Barão de Cocais (MG) sofre com a eminente possibilidade de rompimento de outra barragem da Vale, que já está em nível 3 de alerta, ponto máximo antes do rompimento, desde março.

No início, a movimentação diária era de 10 cm, que foi aumentando progressivamente. De acordo com o Corpo de Bombeiros, na manhã de domingo (16), a contenção norte do depósito de resíduos da mina Gongo Soco bateu o recorde, movimentando 56 cm por dia, o maior desde que o problema começou. Alertas de rompimento começaram a chegar dia 12 de maio e, daí em diante, as coisas foram de mal a pior.

Estava previsto um possível rompimento entre os dias 19 e 25 de maio, que felizmente não ocorreu, mas o risco só aumenta. No caso de rompimento da contenção, a vibração causada poderia desencadear um “efeito cascata”, fazendo romper também a Barragem Sul Superior, que fica a 1,5 km de distância, já que esta também se encontra com estabilidade fragilizada.

Contrariando as previsões, a Vale afirma que a hipótese de rompimento da barragem está longe de se consumar, baseada nas informações de que porções da contenção começaram a se desprender gradativamente a partir último dia 31. Porém, devemos ficar atentos, pois esse diagnóstico é muito conveniente aos interesses da mineradora. Além disso, moradores da região denunciam que a Vale vem realizando evacuações propositais, devido ao seu interesse pelas terras.

Para romper esse ciclo de exploração e destruição que já ocasionaram tragédias ambientais e sociais sem precedentes – como em Mariana e Brumadinho – é necessário um plano de emergência que atenda aos interesses do povo trabalhador, sem acordos com os empresários da mineração que só querem lucro.

A autonomia e a colaboração dos moradores da área de risco com trabalhadores da mineração são essenciais, impulsionadas pelos sindicatos e entidades de base, para decidir, em assembleias, um plano de ação que atenda aos seus interesses, buscando auxilio de especialistas das universidades públicas que não estejam a serviço dos interesses dos acionistas da Vale. Que a mineradora arque com os gastos em transporte, aluguel e alimentação, além de garantir emprego a todas as famílias que sofrem com a estagnação da economia local.

É possível um plano de obras pública para reconstruir a cidade fora do local de risco, com material e mão de obra financiadas pela Vale, por meio do confisco de bens e recursos da empresa, que já acumula dívidas astronômicas com o meio ambiente e os moradores. É um direito da população viver sem o medo iminente de ser soterrada em lama.

Reivindicações ganharão mais força se a luta alcançar um patamar mais amplo, a nível federal, reivindicando a reestatização da Vale sob controle dos trabalhadores e da população junto com especialistas ambientais.

Não há esperanças de que Bolsonaro ou Zema defendam nossos interesses. Eles já demonstraram claramente que defendem os interesses das mineradoras, visando aprofundar as privatizações desses recursos iniciadas pelo PSDB e perpetuadas pelo PT. O lucro dos empresários não cabe num modelo de mineração sustentável, só a classe trabalhadora pode levar adiante tal projeto.

Veja também: Barão de Cocais à beira de ruptura de barragem da Vale: 3 pontos para um plano de urgência

Essas medidas só serão garantidas completamente por meio da luta de classes. Por isso, devem ser parte da luta nacional que a juventude e os trabalhadores estão travando contra o governo Bolsonaro, os cortes na educação e a Reforma da Previdência. Os sindicatos e as entidades estudantis, como a CUT e a UNE, precisam impulsionar esse plano de emergência junto à campanha pela estatização da Vale sob gestão de trabalhadores e controle popular, denunciando esta absurda situação da cidade de Barão de Cocais.




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