sexta-feira 26 de agosto de 2016 | Edição do dia
Cerca de 100 pessoas encheram o Panteon do IFCH para debater marxismo. Iuri Tonelo, autor do livro "A Crise Capitalista e suas Formas" e doutorando da Unicamp, abriu o evento. O centro da discussão girou em torno de princípios básicos do marxismo, mais especificamente acerca do conceito de crise em Marx relacionando-o com a atual crise econômica que teve seu estopim com a queda do banco Lehman Brothers em 2008.
Do começo ao fim da discussão foi aprofundada uma definição muito importante: o marxismo possui uma atualidade sem igual no século XXI. O período que se abriu pós 2008 atualiza alguns princípios básicos do marxismo como não víamos a algumas décadas. Caiu por terra o discurso de que a história havia chegado ao seu fim, de que as classes não existem mais, de que o capitalismo triunfou.
Nesse sentido buscar algumas definições elaboradas pelo pensador alemão há quase dois séculos se torna uma tarefa essencial para todos e todas aquelas que desejam transformar o mundo e dizer que o capitalismo não dá mais.
Sobre o evento, um dos organizadores, Guilherme K da Faísca - Anticapitalista e Revolucionária, diz: "queremos com esse primeiro evento fincar uma nova tradição dentro da UFRGS, de uma juventude que quer debater avidamente o marxismo na universidade".
Foi impressionante a quantidade de falas que apontavam para a necessidade de rompermos com um tipo de marxismo que se contenta em falar para si mesmo, trancafiado nos gabinetes. A produção do conhecimento, para Marx, não pode ser desvinculada da prática concreta. Daí a necessidade de fundir as ideias do marxismo com o conjunto dos trabalhadores, para que as ideias sirvam como ferramenta ativa no processo de transformação da realidade.
O Ciclo de Debates Marxistas na UFRGS ainda vai contar com mais quatro sessões que podem ser acessadas pelo evento no face com o mesmo nome.
