No último domingo (14) um ato em SP, na Av. Paulista, reuniu centenas de manifestantes em repúdio ao assassinato de Evaldo Rosa pelas mãos do Exercito Brasileiro. O carro de Evaldo e sua família foi alvejado com 80 tiros, no domingo 07 de abril, enquanto iam a um chá de bebê. Os militares alegaram ter confundido o carro de Evaldo e sua família, com carro de "bandidos".
terça-feira 16 de abril de 2019 | Edição do dia
O ato convocado por varias entidades do movimento negro, teve expresso em praticamente todas as suas falas a denúncia a esse atentado como a expressão do racismo profundo que está colocado no país, e que se aprofunda de forma absurda com a ascensão de governo de extrema direita como o de Bolsonaro. Seu discurso faz coro com Sergio Moro que com seu pacote "anti-crime" quer legalizar o genocídio da juventude negra, faz coro com os discursos de Witzel que desde sua campanha garantiu a impunidade ao assassinato de inocentes, incentivando a identificação de "suspeitos" unicamente pela cor da sua pele.
O assassinato de Evaldo Rosa é sim responsabilidade do Estado, que incentiva e inocenta os culpados. Não podemos também confiar no judiciário, para resolver essa questão, pois é o mesmo judiciário de Sergio Moro, pois e o mesmo judiciário que prende Lula arbitrariamente enquanto passa ano para vários políticos, é o mesmo judiciário que recentemente inocentou os assassinos de Amarildo.
Confira de fala de Marcelo Pablito, trabalhador do bandeijão da USP, parte da secretaria de negras e negros do SINTUSP e da agrupação de negros Quilombo Vermelho:
Vemos a expansão da terceirização desde os governos do PT, onde cresceu de 3 para 12 milhões, a precarização dos postos de trabalho com a reforma trabalhista do governo golpista de Michel Temer, e totalmente endossado por Bolsonaro, que afie que o trabalhador tem que escolher entre direitos ou emprego, com a macabra reforma a previdência que quer nos fazer trabalhar ate morrer. Sabemos que toda a classe tralhadora sofre com esses ataques, mas sabemos também que são as mulheres as que mais sofrem, e mais ainda as mulheres negras que chegam a receber até 60% menos que um homem branco e ocupam os piores e mais precários postos de trabalho, frutos da terceirização.
A pouco mais de um ano da execução de Marielle Franco seguimos exigindo uma investigação independente e questionando quem mandou mata-la. A pouco mais de um ano de uma execução de cunho político a uma mulher negra e lgbt, que denunciava as milícias e militava por mais justiça a população negra e jovem das favelas, vemos mais um brutal assassinato, num atentado a uma família negra o exército brasileiro executou Evaldo Rosa.
Confira fala da Odete, do grupo de mulheres Pão e Rosas:
Vemos diariamente o descaso que sofre a população negra nesse país, para alem dos ataques econômicos, como as reformas e o aumento do desemprego, com a falta de infra estrutura que provoca enchentes e desamentos e quando não isso tudo pela bala da polícia. Isso é fruto do Estado que tira dos pobres para dar mais e mais para os ricos, do Estado que quer que trabalhemos até morrer para inflar cada vez mais os bolsos dos grandes capitalistas, que apoia e profere discursos do ódio contras as mulheres, os negros, os LGBT.
Diante dese cenário escandaloso que escancarou a cara racista desse governo devemos exigir que as centrais sindicais rompam cm a sua paralisia e organizem um plano de luta real para lutarmos contra esse governo que só nos quer vivos trabalhando até morrer. Fazemos desde o Esquerda Diário e o Grupo de Mulheres Pão e Rosas um chamado ao PSOL e a todas organizações de mulheres e negros a organizar um encontro nacional de mulheres por justiça a Marielle Franco, para lutar pelas demandas da mulheres e dos negros, pois achamos que é essencial nos organizarmos nesse momento.
Marielle Presente!
Evaldo Presente!
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