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Nessa segunda feira, 24 de agosto, mais de 400 mulheres realizaram um grande ato na USP, contra os estupros e violência no campus e denunciando a reitoria e a polícia, o ato terminou fechando o principal portão da universidade e o cruzamento da avenida em frente.

Odete AssisMestranda em Literatura Brasileira na UFMG

terça-feira 25 de agosto de 2015 | 00:28

Foto: Anaís Goedert

O ato foi a principal iniciativa discutida na plenária de mulheres da universidade, chamado em resposta aos crescentes casos de estupro, escancarados com o escândalo da faculdade de medicina e agora com o blog do Tio Astolfo e seu "Guia de como estuprar uma mulher na FFLCH".

A ação surgiu como uma resposta à conivência da reitoria, cujo o reitor Marco Antônio Zago declarou que "não devemos endemonizar esses meninos", no caso os comprovados estupradores das festas na faculdade medicina. As respostas da reitoria foram o programa USP mulheres, programa voltado somente para os homens, em aliança com a ONU e grandes empresas imperialistas e a tentativa de aumentar o policiamento no campus, com o policiamento japonês. Dessa forma a reitoria, acaba ignorando todas as reivindicações do movimento de mulheres como iluminação das ruas escuras, mais circulares, abertura do campus Butantã, entre outras.

Passando pela "rota dos estupros", o ato saiu da frente da reitoria e foi em direção a unidades onde casos de violência foram denunciados. Passou também pela moradia estudantil, o CRUSP, onde acontecem diversos casos de agressão e assédio, sistematicamente ignorados pela administração, a SAS.

O espírito foi de muita combatividade e enfrentamento, com as mulheres deixando bem claro que não vão aceitar “Nenhuma a Mais” estuprada, e que a nossa segurança não pode ser garantida por essa instituição machista, racista e homofóbica que é a polícia.

O ato contou com a presença de estudantes diversos cursos, com a Secretaria de Mulheres do SINTUSP, e também de coletivos como Movimento Mulheres em Luta, Juntas, ANEL, Rua, Rizoma e nós do grupo de mulheres Pão e Rosas. Nosso bloco foi inspirado nas mulheres indianas que se vestiam de rosa e se organizavam para combater os revoltantes casos de estupros coletivos no país.

A Reitoria já demonstrou sua incapacidade para combater os casos de violência na universidade. O ato foi um primeiro passo para que possamos construir um forte movimento de estudantes e trabalhadores, contra os estupros, a violência e o policiamento no campus, que só vem para reprimir aqueles lutam e não para nos proteger.

É preciso que o movimento de mulheres e as entidades apoiados nesse forte sentimento de indignação e combatividade, exijam a abertura de uma investigação independente para garantir que todos os estupradores sejam efetivamente punidos. Assim como o atendimento de todas as nossas reivindicações, lutando por uma universidade aberta, viva e segura, a serviço das mulheres, LGBT, negros e toda a população oprimida e explorada.




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