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ATLAS DA VIOLÊNCIA | Atlas da Violência: 69,7% dos casos de estupro são cometidos contra crianças e adolescentes

O Altas da Violência escancarou a realidade do estupro no Brasil: a maioria dos casos são contra crianças e adolescentes. Quase 80% dos casos acontecem nas próprias casas.

Marília LacerdaDiretora de Base do Sindicato dos Trabalhadores da USP-HU

terça-feira 5 de junho de 2018 | Edição do dia

O Altas da violência de 2018, baseado em dados do Ministério da Saúde, como o SINAN (Sistema de Informação de Agravos de Notificação), mostrou que 67,9% dos casos de estupro são cometidos contra jovens menores de 17 anos. Por mais chocante que seja, este dado ainda é subestimado: os dados fórum de obtidos junto às polícias estaduais apontaram que, em 2016, quase 50 mil pessoas realizaram denúncias de estupro.

O número de casos cresceu 90,2% de 2011 à 2016, mostrando a completa ineficácia do Estado em garantir o mínimo previsto no Estatuto da Criança e do Adolescente. O Atlas da Violência mostra que 50,7% dos casos foram cometidos contra crianças e 19,4% contra adolescentes de 14 a 17 anos.

Fonte/Reprodução: Atlas da Violência

Os dados desmistificam os argumentos reacionários que tentam culpabilizar as vítimas de estupro pelo o que sofreram, como por exemplo estarem em locais inapropriados ou com roupas "indevidas": 78,6% dos casos de estupro aconteceram em suas próprias casas. Além disso, 30% dos estupros cometidos contra crianças menores de 13 anos tem como ator da violência amigos, conhecidos e parentes próximos.

Dentre todos os casos de estupro 54 % das vítimas são negras.

Contra todos os possíveis argumentos, as estatísticas do Atlas escancaram a realidade de violência e miséria que o sistema capitalista reserva para as crianças e para a juventude. De todos os casos de estupro, 10,3% foram cometidos contra pessoas com deficiências físicas, deficiência ou transtornos mentais.

Recentemente, em resposta à crise dos combustíveis e para sanar as demandas das patronais do transporte, Temer julgou por bem cortar o programa social de Políticas Públicas para a Juventude. Cortes como este é uma das manifestações estruturais da violência, que no caso parte do Estado, cometida contra crianças e mulheres, que fazem parte de uma cadeia de agressões cometidas contra os setores oprimidos e tem em seu nível mais brutal o estupro.

O combate à violência contra mulheres e crianças, bem como todas as formas de opressão, para que de fato as crianças, jovens e mulheres possam viver plenamente, será conquistado a partir do fim do capitalismo. O sistema capitalista utiliza do machismo, mas também do racismo e da LGBTfobia para dividir a classe trabalhadora e explorar, lucrando ainda mais, sobre os setores oprimidos. É preciso que os trabalhadores seja parte dessa luta, colocando como tarefa para a emancipação das mulheres e dos demais setores oprimidos, a luta contra o fim do capitalismo.




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