Neste domingo, 27, o Conselheiro de Segurança Nacional norte americano, John Bolton, afirmou que qualquer "intimidação" contra o líder da oposição, Juan Guaidó, os diplomatas americanos que permanecem na Venezuela ou a Assembléia Nacional, teria uma "resposta significante".
terça-feira 29 de janeiro de 2019 | Edição do dia
Essa "advertência" em tom de ameaça, mostra claramente como os EUA buscam um pretexto para abertamente intervir na Venezuela, e quem pode abrir essa porta pro imperialismo entrar é Guaidó.
Any violence and intimidation against U.S. diplomatic personnel, Venezuela’s democratic leader, Juan Guiado, or the National Assembly itself would represent a grave assault on the rule of law and will be met with a significant response. 2/2
— John Bolton (@AmbJohnBolton) 27 de janeiro de 2019
"Qualquer violência e intimidação contra o pessoal diplomático dos EUA, o líder democrático da Venezuela, Juan Guiado [sic], ou à própria Assembleia Nacional representaria um grave ataque ao Estado de Direito e será recebido com uma resposta significativa", escreveu Bolton.
Longe de solucionar a crise venezuelana, o que os EUA querem é na verdade degradar ainda mais as condições de vida dos trabalhadores e população venezuelana.
É mais do que claro que o que se revela é o caráter golpista do governo de Guaidó e toda a ala direita que o apoia, encorajada pelo imperialismo, e que faz parte da escalada da ingerência norte-americana e da direita regional que usa a demagogia da democracia para sua cruzada no subcontinente. De imediato, e nós dizemos isso claramente, nós nos opomos a esse suposto governo de Guaidó.
Para romper com o bonapartismo reacionário de Maduro e a saída buscada pela oposição pró-imperialista, usando a Assembleia Nacional, cujo conteúdo central é outro bonapartismo, a serviço do grande capital e das transnacionais, como expressam seus chamados golpistas à FANB, não há outra saída se não ir ao fundo dos problemas. É por isso que consideramos que, diante desses cenários trágicos, é necessário criar uma solução política independente, ajudar as massas a romper com todas as armadilhas que as rodeiam e questionar o regime como um todo e todas as suas variantes bonapartistas, golpistas e reacionárias.
Mas também dizemos que uma proposta política de uma Assembleia Constituinte Livre e Soberana deve estar organicamente vinculada a um programa dos trabalhadores de emergência em face da catástrofe que está sufocando o povo trabalhador e as massas populares. Separar as demandas vitais das massas do problema político, em uma crise brutal como a que é vivenciada, é desarmá-las e condená-las à impotência, quando a única solução progressista e objetivamente realista não é outra que a classe trabalhadora tomar em suas próprias mãos o poder político de impor as medidas transitórias de "salvação nacional" sem as quais a catástrofe atual mergulhará o povo trabalhador no abismo.
Portanto, contra os golpistas de direita que pela via da força falam de "restaurar a república", e o Bonapartismo puro de Maduro, administrado pelo ANC e a soma dos poderes do Estado com os militares, e contra qualquer possível maior intervenção militar como "árbitro" supremo é essa brutal crise, é que propomos o direito do povo trabalhador de impor uma Assembleia Constituinte verdadeiramente livre e soberana, sem quaisquer restrições antidemocráticas.