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GREVE BANCÁRIOS | Assembleia desta terça demonstra fortalecimento da greve de bancários

Na tarde desta terça, 13 de outubro, foi realizada nova assembleia de bancários. Como não houve qualquer sinal de proposta da FEBRABAN, a assembleia foi mais organizativa para discutir os rumos da greve. Foram dados informes da greve nas diversas regiões da cidade e falas que chamaram à unificação com as lutas em curso.

quinta-feira 15 de outubro de 2015 | 00:00

Juliana Donato, representante dos trabalhadores no conselho administrativo do Banco do Brasil, leu um manifesto escrito junto com o representante dos trabalhadores na Petrobrás, chamando à unificação das greves na luta contra o ajuste.

Thais Oyola, delegada sindical da Caixa, reforçou o chamado à unificação com as lutas em defesa da educação e contra o fechamento das escolas do governo Alckmin, com uma perspectiva de combate mais amplo aos ajustes dos governos de Dilma/PT e Alckmin/PSDB.

Esta assembleia também expressou o fortalecimento da greve através da organização dos trabalhadores a partir de seus locais de trabalho. Trabalhadores da Central de Atendimento e do SAC do Banco do Brasil se organizaram para estar em peso na assembleia e demonstraram como a organização a partir da base é o fator fundamental para que a greve possa de fato levar a conquistas. No entanto, as direções do sindicato, ao menosprezar e atacar com cobranças a mobilização que ali se expressou, demonstraram que não estão interessadas em fortalecer as iniciativas que, por fora de seu controle, partem dos trabalhadores. Pelo contrário, esse temor da burocracia sindical só denuncia que a preocupação real deles é a defesa do governo Dilma. Porém a confluência desses fenômenos de organização de base com a existência de uma oposição classista na categoria permite vislumbrar outros horizontes para a luta.

O Esquerda Diário conversou com trabalhadores desses setores do Banco do Brasil para saber mais sobre as perspectivas da greve:

“Eu sou atendente da Central de Atendimento do BB há quase cinco anos e já presenciei diferentes gestões na Dependência e cada uma com um foco diferente da outra. Atualmente, a gestão foca em resultados como a venda de empréstimos. Com esse objetivo em vista, o nosso dia a dia fica cada vez mais estressante e ficam de lado as boas condições de trabalho e muitos dos direitos básicos previstos em lei (como a NR17) são desrespeitados. Para cumprir com as metas de atendimento e índices da Dependência exigidos pelas Diretorias, foram criadas equipes específicas para vendas e para retenção de clientes. Diante disso, nós não conseguimos fazer coisas básicas no nosso cotidiano como ter pausa entre as ligações de um cliente e outro, usar nossos abonos conforme nossas necessidades, nos comunicar com os colegas durante a jornada de trabalho, usar as pausas para alimentação e para ir ao banheiro, segundo as nossas necessidades, sem que isso seja usado e controlado para nos punir de alguma forma depois nos sistemas de avaliações de funcionários. Esses são alguns exemplos do que acontece no cotidiano de um banco com "espírito público", imaginemos o que acontece em outros bancos.”

Outro trabalhador acrescentou:“Recentemente houve uma mudança de sistema na central de atendimento feita com o único fim de remover opções de pausa e diminuir o tempo entre as ligações. Com o novo sistema vieram novas falhas de sistema que nos atrapalham a bater nossas metas e causam novos transtornos aos clientes. Essa mobilização inédita que vemos na central de atendimento e no SAC é fruto dessa cada vez mais extenuante carga de trabalho e dos abusos da gestão, que faz adoecer os atendentes, causando depressão, ansiedade, LER e gastrite. Nós perdemos a paciência com essa situação e esta será uma greve diferente.”




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