Às vésperas do 8 de março, polícia de Alckmin, à serviço do reitor da USP, reprime brutalmente ato pacífico de trabalhadores e estudantes que lutavam contra o pacote de ataques à universidade pública. Veja abaixo a declaração do Pão e Rosas sobre a repressão ocorrida um dia antes da paralisação internacional de mulheres.
Pão e Rosas@Pao_e_Rosas
terça-feira 7 de março de 2017 | Edição do dia
Centenas de estudantes e trabalhadores organizaram uma forte mobilização contra o pacote de cortes de investimentos na maior universidade da América Latina. O pacote inclui congelamento de salários e demissão em massa e foi votado hoje no Conselho Universitário da Universidade de São Paulo.
O protesto tinha a intenção de impedir a votação do pacote, mas foi brutalmente reprimido pela polícia militar assassina de Alckmin, mandada pelo reitor Zago que queria garantir de toda forma a votação dos inúmeros ataques contra a universidade pública.
A Repressão atingiu especialmente as mulheres, que estavam em peso na mobilização e que já estão sendo muito atingidas pelo pacote, com fechamento das creches. São diversos feridos e ao menos 4 presos, entre eles uma educadora da creche da USP.
O grupo de mulheres Pão e Rosas estava na linha de frente da mobilização, e Diana Assunção, fundadora da agrupação e da Secretaria de Mulheres do sindicato, foi golpeada por cassetete na cabeça, ao tentar ajudar um companheiro que estava sendo agredido.
Além disso, uma trabalhadora da Creche, negra, militante do Pão e Rosas e da Secretaria de Mulheres do sindicato, foi torturada durante a ação truculenta da polícia. Esta é uma reprodução das cenas cotidianas que vemos neste país herdeiro da escravidão mais longa do mundo. A companheira foi arrastada e espancada por policiais na frente de todos os manifestantes que resistiam à brutal repressão.
Expressamos nesta nota toda solidariedade à companheira Diana e às demais lutadoras atingidas e repudiamos a violência da polícia a mando do Estado, que vai seguir usando sua força para reprimir os que lutam contra o desmonte da educação pública.
Amanhã, milhares de mulheres tomarão as ruas como parte da paralisação internacional de mulheres. Na USP, estudantes e trabalhadoras irão se mobilizar na universidade contra o projeto elitista e machista que a reitoria e o Governo do Estado querem implementar. Todos seguirão para o ato unificado de mulheres que acontecerá em São Paulo.
Assim como na USP, o Pão e Rosas também estará amanhã na linha de frente, por nossas demandas históricas e contra os ataques aos nossos direitos que o Governo golpista de Temer quer impor a todos os trabalhadores, afetando diretamente a vida das mulheres.
A luta deve ser parte da resistência contra os ajustes do Governo e essa reitoria que quer aprofundar o elitismo e o machismo na Universidade. A força das mulheres pode ser o grande motor que ajudará a aglutinar forças contra todos os ataques que querem nos impor.