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Permanência estudantil | As condições da volta presencial da UFPE: sem bolsas nem RU

Há poucas semanas as aulas presenciais voltaram totalmente na UFPE. No entanto, as condições de precariedade e falta de assistência estudantil marcam o retorno presencial.

quinta-feira 14 de julho de 2022 | 14:31

Foto: Ed Machado/Folha de Pernambuco

Após 2 anos de ensino remoto, finalmente os estudantes da UFPE estão voltando totalmente o presencial. Nós da Faísca Revolucionária nos irmanamos do sentimento de todos os estudantes que estão ansiosos por esse momento. Acreditamos que esse momento de retorno presencial é um uma oportunidade para voltar a preencher a universidade com cultura, debates e também para rearticular o movimento estudantil.

Infelizmente, a situação em que estamos retornando as aulas é uma situação pior que antes da pandemia. O desemprego e a fome estão nas alturas. No primeiro trimestre, Pernambuco foi o estado que registrou a segunda maior taxa de desemprego do país, em 17%. Os índices de segurança alimentar só pioram.

Infelizmente, a situação de assistência estudantil só piorou. Para começar, no ano de 2020 foi cancelado o edital de bolsas de assistência e permanência, que só reabriu em 2021. Agora com a volta presencial, os estudantes estão totalmente desassistidos. As bolsas de permanência são escassas e o edital é do fim do ano passado, não abarcando os estudantes que entraram esse ano. Fora isso, o Restaurante Universitário (RU) está fechado para obras desde antes da pandemia. A sua reabertura tinha sido inicialmente marcada para o início do ano e depois para junho, apesar disso segue fechado sem resposta nenhuma da reitoria. Antes disso, inclusive o RU só era disponível para estudantes que fossem contemplados com assistência estudantil. Dessa forma, a evasão tem aumentado, seja por que os estudantes tem de trabalhar e muitas vezes os horários de trabalho e da faculdade batem (lembrando que muitos cursos não tem turno noturno), ou também o caso de estudantes do interior ou de outros estados, que sem assistência não possuem condição de virem estudar presencialmente.

A situação já precária foi agravada com os cortes realizados por Bolsonaro há pouco mais de um mês. Segundo o reitor da universidade, com os contingenciamentos o orçamento da universidade será equivalente ao mesmo de 2012 em termos nominais, apesar do crescimento a universidade e da inflação. Segundo o mesmo, com esse valor a UFPE não consegue fechar o ano.

A situação drástica exigiria uma resposta à altura dos estudantes. No entanto, infelizmente isso não ocorrerá se depender das direções majoritárias do movimento estudantil. O DCE, que não organizou nenhuma atividade de recepção de calouros, fez um ato semana passada que foi convocado 10 minutos antes em sua página do Instagram, sem nenhuma assembleia para organizar nem nada. Já o Movimento Todas as Vozes, que é formado pela direção majoritária da UNE, fez uma calourada patrocinada pela Red Bull.

Nós da Faísca Revolucionária acreditamos que ao contrário disso, é necessário a mais ampla organização do movimento estudantil, com assembleias democráticas. Por isso, exigimos desde já que o DCE convoque uma assembleia geral para discutir a permanência e a questão do RU.




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