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REFORMA DA PREVIDÊNCIA | Armínio Fraga propõe a Bolsonaro Reforma da Previdência ainda mais cruel que a de Temer

Armínio Fraga, ex-presidente do Banco Central, apresentará sua proposta de reforma da previdência para o braço-direito de Bolsonaro e seu possível ministro da Fazenda, Paulo Guedes. Essa brutal reforma quer que o brasileiro trabalhe 40 anos para poder ter acesso à aposentadoria integral.

quinta-feira 1º de novembro de 2018 | Edição do dia

Armínio Fraga, o ex-presidente do Banco Central e economista com experiência no berço do neoliberalismo em Washigton D.C., apresentará hoje a proposta que elaborou de reforma da previdência para Paulo Guedes, provável ministro da fazenda do governo de Bolsonaro. O intuito é que a proposta, que foi elaborada para Luciano Huck, o apresentador global que cogitou disputar as eleições, seja apresentada para o atual e o futuro governo.

A proposta, que se assemelha em alguns pontos com a reforma da previdência que Temer tentou aprovar, traz algumas partes que deixam ainda mais claro o brutal ataque que será contra a classe trabalhadora, que será obrigada a trabalhar, na prática, até morrer.

O primeiro ponto, que inclusive gera atritos entre os parlamentares, é a idade fixa: no caso da proposta de Armínio Fraga, a idade fixa para homens e mulheres, e para todas as categorias é de 65 anos. Vale lembrar que a expectativa de vida do brasileiro segundo o IBGE é de 65 anos, ou seja, trabalhar até morrer é praticamente uma realidade, uma vez que, em determinadas regiões do Brasil a expectativa é até 20 anos abaixo disso.

Além disso, Armínio Fraga propõe também em seu projeto que exista uma renda (cruelmente) mínima para idosos, sem limite de contribuição ou comprovação de renda, mas que não chega sequer ao miserável valor de um salário mínimo.

O valor que está estipulado na proposta dele é de um verdadeiro salário de fome: 70% do salário mínimo, o que hoje, por exemplo, seriam no máximo R$668. Uma pesquisa mostrou que idosos podem ter até 57% do seu orçamento mensal consumido pelos gastos em saúde: exames, medicamentos, consultas médicas. A saúde totalmente sucateada, com seus gastos congelados através da PEC do teto de gastos, e uma aposentadoria de fome, impõem a centenas de idosos uma situação de completa vulnerabilidade e miséria. Uma ameaça de morte ao trabalhador, que se sobreviver terá de sobreviver a uma trágica velhice.

A transição das regras atuais de previdência para esta proposta, que quer acabar com o direito de aposentadoria digna, terá um tempo maior para os militares (quase 20 anos), que também poderão se aposentar aos 45 anos recebendo 40% do salário e com idade fixa menor que as demais categorias (60 anos). Professores, que estão entre as categorias que mais adoecem, terão tempo de transição de 15 anos. Com a reforma, professores irão aposentar 10 anos depois do que ocorre atualmente.

Trabalhar até morrer: 40 anos para atingir 100% do benefício

Para poder atingir 100% do benefício será preciso trabalhar 40 anos. Armínio Fraga também pontua que em sua proposta, aqueles que trabalharem mais que 40 anos terão um “bônus” em dinheiro. Ou seja, tenta-se convencer através de um bônus que se mate de trabalhar, valor esse que com certeza não subsidiará nem mesmo um centésimo das doenças laborais fruto de uma vida inteira de exploração e condições precárias de trabalho.

Tudo isso, para que seja possível garantir os lucros dos patrões: a proposta também conta com a famosa “capitalização”. Além de aumentar ainda mais o tempo de contribuição, dando praticamente 10 ou 15 anos a mais da vida dos trabalhadores para serem explorados pelos capitalistas, também entrarão com a previdência privada fazendo com que os bancos lucrem nos juros das aposentadorias. Os bancos terão sua fatia através dos juros e da venda de seguros, enquanto continuam roubando através da dívida pública cerca de R$1 trilhão de reais por ano, retirados da saúde e educação.

Bolsonaro é a continuidade violenta dos ataques de Temer, que juntos, se movimentam para aplicar os mais duros ataques contra os trabalhadores, mulheres, negros, LGBTs e jovens. A reforma com a qual tanto sonham os patrões precisa ser combatida através da mobilização dos trabalhadores. A CUT e a CTB, que assistiram imóveis uma série de outros ataques, como a reforma trabalhista e a lei da terceirização, precisam romper com essa paralisia e organizar os trabalhadores. É necessário construir milhares de comitês de luta por todo país, para que com a classe trabalhadora organizada nas ruas, seja possível lutar contra Bolsonaro, contra o golpismo, contra os ajustes e reformas.

A estratégia de oposição parlamentar do PT já provou inúmeras vezes que é incapaz de frear os golpistas e a extrema direita, somente e a organização dos trabalhadores e da juventude nos seus locais de trabalho e estudo podem barrar essa ameaça à vida da maioria da população.




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