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Argentina | Argentina é palco de novas grandes manifestações contra os acordos de Fernández com o FMI

As manifestações são contra os acordos do governo de Alberto Fernández com o FMI e também em memória dos assassinados pela ditadura, que neste dia 24 completou 46 anos.

sexta-feira 25 de março de 2022 | Edição do dia

A manifestação aconteceu nesta quinta-feira (24/03) em Buenos Aires. Participaram os principais milhares de organizações políticas, trabalhadores, jovens, estudantes. A FIT-U (Frente de Esquerda - Unidade), da qual participa o PTS (Partido argentino "irmão" do MRT) esteve em peso com blocos massivos.

Além de em Buenos Aires, também ocorreram mobilizações e concentrações massivas nas principais cidades do país, como Córdoba, Mendoza, San Miguel de Tucumán, Neuquén, Rosario, San Salvador de Jujuy e outras províncias.

Confira as imagens do drone no Youtube do La Izquierda Diario:

Essa manifestação também fez ecoar a luta contra a guerra na Ucrânia, denunciando a invasão russa e o militarismo das potências da OTAN. O bloco também contou com uma coluna de lutas dos trabalhadores que contou com importantes delegações sindicais da LATAM, Guernica ou MadyGraf etc.

A FIT-U denuncia que “o terror genocida do Estado” não começou com o golpe, mas em 1974-75, sob o governo de Perón e Isabel. Destacando-se que “o objetivo político do golpe era derrotar o movimento operário e de massas…”. Uma situação que permite fazer uma paralelo interessante com o golpe contrarrevolucionário 1964 no Brasil, que também tinha claro objetivo de barrar o movimento operário. Essa tese é desenvolvida num dos textos fundacionais do MRT, “O processo revolucionário que culmina no golpe de 64 e as bases para a construção de um partido revolucionário no Brasil”.

Ainda denuncia-se que o regime genocida e golpista foi responsável pelo endividamento contraído pelo regime genocida e como esse processo de submissão ao capital imperialista foi continuado nos governos constitucionais. Ao mesmo tempo, exponha-se as tentativas de gerar impunidade aos autores políticos, materiais e ideológicos do genocídio. Tentativas que foram derrotadas, repetidas vezes, pela mobilização nas ruas.

“A luta exemplar e sistemática do movimento de direitos humanos e organizações populares, com apoio social, derrotou todas as tentativas de impunidade. Até hoje conseguimos 1.044 repressores condenados e 602 processados. É uma enorme vitória democrática, pois em nenhum outro país do mundo foi possível processar um genocídio cometido pelo próprio Estado. Ao mesmo tempo, nem todos os arquivos foram abertos ainda e os casos estão desacelerando, correndo o risco de deixar muitos repressores impunes.”

Questionando o processo de endividamento passado e em curso, o documento denuncia que "a Frente de Todos e Juntos pela Mudança (peronismo e macrismo), aprovou no Congresso um novo acordo com o FMI que significa mais sofrimento para os trabalhadores e mais rendição da soberania. golpe histórico, o famoso empréstimo de 45 bilhões de dólares ao governo Macri, o mais alto de toda a história do FMI, que acabou a favor dos bancos e da fuga de capitais, mas a responsabilidade política não é só de Macri, mas também de o governo de Alberto e Cristina Fernández. Embora tenha denunciado esse empréstimo perante a justiça, acabou validando-o."

Leia mais sobre o acordo aprovado com o FMI, que coloca uma coleira no orçamento do Governo Argentino e quem a segura é Washington (EUA). “Congresso argentino aprova acordo de submissão ao FMI”.

Ressalta-se ainda que "este acordo é um duplo ataque aos direitos humanos. Por um lado, as medidas acordadas com o Fundo atacam os direitos humanos básicos. Trazem mais pobreza, baixos salários, desemprego, precarização no emprego e aumento na idade de aposentadoria. Encerrar planos sociais. Menos orçamento para políticas de saúde, educação, cultura, gênero e diversidade. E ataque aos direitos ambientais e à natureza. Os 2.800 milhões de dólares que serão pagos ao FMI no dia 31 equivalem a 65.000 casas e 325 mil empregos. O acordo também agride os direitos humanos, porque não há ajuste sem repressão" .




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