Nesta segunda (14), confluíram na Autopista Richieri, próximo ao Aeroporto de Ezeiza (em Buenos Aires), duas importantes lutas da classe trabalhadora. As e os aeronautas que defendem seus postos de trabalho, salários e delegados e as mulheres e jovens de Guernica que lutam por moradia, mas também por trabalho genuíno.
terça-feira 15 de dezembro de 2020 | Edição do dia
Às 8h da manhã (horário da Argentina), a Autopista Richeri, que leva ao Aeroporto de Ezeiza, foi fechada. Eram trabalhadores e trabalhadoras da Latam que lutavam para manter mais de mil empregos diante da tentativa de fechamento da empresa. Do outro lado, se uniram com os terceirizados e terceirizadas da GPS (empresa terceirizada da Aerolíneas Argentinas) e da Securitas (terceirizada da Latam), que também estão sofrendo ataques a seus postos de trabalho, tem negociações coletivas congeladas e seus delegados de base não são respeitados (GPS).
[Vivo] Trabajadores aeronáuticos cortan el ingreso al aeropuerto de Ezeiza https://t.co/5wAi3i7A1m #NavidadSinDespidosLatam pic.twitter.com/aMxXS20FHb
— La Izquierda Diario (@izquierdadiario) December 14, 2020
Porém, a unidade foi maior. De pronto, apareceu a bandeira da Assembleia Permanente das famílias de Guernica. Ali se reuniem centenas de famílias que seguem lutando por um teto desde 20 de julho. As mulheres encabeçam a coluna com um grupo de jovens que são parte da “primeira linha”. Mas, como diz sua bandeira, não lutam só por moradia mas também por um trabalho genuíno.
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Todos se uniram em um só grito. Não querem chegar às festas de fim de ano sem trabalho, sem salário e sem um teto.
Enquanto fechavam a rodovia, a unidade se expressou também nas palavras que disseram as referências dos distintos conflitos. Brisa (moradora de Guernica) disse ao La Izquierda Diario “estamos aqui como eles estiveram na ponte [ponte Pueyrredón, foi fechada pelos moradores de Guernica em protesto]. A classe operária é uma só. Nossa luta segue, não abaixamos os braços. Fechamos a ponte, agora, temos uma mesa de negociação, mas faz um mês que há famílias na rua, e não queremos chegar assim ao Natal”.
As famílias seguem lutando e, depois de fecharem a Ponte Pueyrredón, abriram uma mesa de negociação com o governo de Axel Kicillof. Essa semana, voltaram a se reunir. Como disseram após a reunião, “o governo tem que nos dar uma solução de forma urgente. Somos trabalhadores e trabalhadoras precarizadas, desempregadas e informais, vimos nossas condições de vida piorarem com a crise e a pandemia. Muitos de nós acabamos na rua. Não vamos aceitar essa realidade, vamos seguir exigindo e lutando até conquistar terra e moradia e continuar com nossas medidas de luta”.
Os jovens de Guernica entregaram aos aeronautas um escudo que os representa em sua luta por moradia e trabalho.
Brisa, de la Comisión de Mujeres de Guernica y la 1ra Línea, se solidariza con los trabajadores de Latam. "Estamos acá porque si ustedes se quedan sin trabajo se quedan en la calle como nosotros, y nosotros peleamos para que nadie se quede en la calle". #NavidadSinDespidosLATAM pic.twitter.com/haaJxZ0Gtg
— Lina Ávila (@linaa_avila) December 14, 2020
Os aeronautas da Latam reafirmaram sua luta pelos postos de trabalho e também levantaram a bandeira das famílias sem teto.