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CORONAVÍRUS | Após colapso no sistema de Saúde em Manaus, governo contrata contêiner para colocar corpos

Governo do Amazonas contrata contêiner frigorífico para colocar os corpos de pacientes mortos por COVID-19. Medida foi tomada após vídeo assombroso que mostrava corpos ao lado de pacientes na UTI.

sexta-feira 17 de abril de 2020 | Edição do dia

Após um vídeo circular pela internet, mostrando corpos deixados ao lado de pacientes em estado grave na UTI em Hospital em Manaus (AM). A Secretaria de Saúde do Estado providenciou um contêiner frigorífico para armazenar corpos de vítimas de COVID-19 ou casos suspeitos no HPS (Hospital Pronto Socorro) João Lúcio, na zona leste de Manaus. Algo extremamente assombroso que mostra o total descaso com os mortos e também grau de precarização que está levando ao colapso do sistema de saúde do Amazonas.

O estado de Amazonas já se encontra numa situação drástica e anuncia a tragédia que pode se espalhar pelo Brasil. A postura negacionista de Bolsonaro que disse há pouco que o vírus já estava "indo embora”, ou o isolamento social sem testes massivos que é defendido pelos governadores, não prepararam nenhuma medida para proteger a população pobre, trabalhadora e indígena do estado.

Até ontem, o Amazonas havia registrado 1.719 casos confirmados de COVID-19, com 124 mortes. enquanto isso, o governador Wilson Lima do PSC, vai ser aberto mais 45 leitos hospitalares, ficando claro a insuficiência do governo para atender a grande demanda de pacientes infectados no estado tem, entre casos confirmados e suspeitos de COVID-19, há 688 pessoas internadas em hospitais —sendo 154 pacientes já confirmados com o novo coronavírus, 84 deles em UTI.

Fora de Manaus não há nenhum leito de UTIs, sendo que 169 casos já foram confirmados no interior do estado. Com a declaração do governador de que o 80% da população do estado será infectada, o já existente colapso da rede hospitalar, a falta de remédios, respiradores e profissionais da saúde, formam um cenário trágico que demonstra a incapacidade do Estado em proteger a saúde da população, em especial pobre e trabalhadora.

É necessário defender medidas que coloquem a vida dos trabalhadores, indígenas e pobres amazonenses em primeiro plano, começando pela realização de testes massivos no estado para controlar a pandemia e a unificação do sistema público e privado de saúde administrado pelos profissionais da saúde do SUS, somente assim que milhares de médicos, enfermeiras e todas profissões necessárias, tanto da rede privada e pública, de áreas ainda pouco infectadas poderão ajudar Manaus e o estado de conjunto, que recebe ainda um número insuficiente de trabalhadores da área de saúde. É preciso que esses profissionais recebam EPI’s para proteger-se e assim possam salvar vidas.

O estado de Amazonas mostra-se como um cenário sombrio, em especial Manaus, do que pode espalhar-se para as outras regiões do país, já que a epidemia vem sendo mais protagonizada por gestão paliativa da crise do que por medidas efetivas de combate de “uma guerra”, como hipocritamente falam os governos capitalistas (a exceção do obscurantismo assassino de Bolsonaro), mas que continuam a negar testes massivos, e manter o SUS, tão atacado por anos, em especial pelo Teto de Gastos em 2016, sem a estrutura pessoal e material necessária para salvar vidas.




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