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STF | André Mendonça, indicação “terrivelmente evangélica” de Bolsonaro, é sabatinado hoje no Senado

O ex-Advogado-Geral da União André Mendonça foi indicado por Bolsonaro para a vaga no STF em julho. Mais de cinco meses após essa indicação, sua sabatina pela Comissão de Constituição e Justiça do Senado ocorrerá no dia de hoje às 9h.

quarta-feira 1º de dezembro de 2021 | Edição do dia

ISAAC AMORIM/MJSP

Mendonça, que é a escolha de Bolsonaro para cumprir sua promessa de um ministro “terrivelmente evangélico” no STF, viu seu nome ficar encalhado por todo esse tempo fruto de disputas entre a bancada religiosa e o Centrão, na figura de Davi Alcolumbre (MDB-AP) que segurou sua sabatina.

Caso confirmado seu nome, ele se juntará ao ministro Kassio Nunes Marques como o outro nomeado por Bolsonaro. Levantamentos apontam que o indicado possui 29 votos declarados a seu favor, sendo necessários maioria simples de 41 votos para sua aprovação.

Quem é André Mendonça

Mendonça se notabilizou na AGU por transformar o cargo que deveria cuidar de interesses nacionais em defesa dos interesses pessoais de Bolsonaro. Na AGU, Mendonça acionou diversas vezes a autoritária e herança da Ditadura Lei de Segurança Nacional para perseguir opositores do presidente, como Guilherme Boulos (PSOL), o colunista da Folha Helio Schwartsman e o cartunista Ricardo Aroeira.

No cargo de Ministro da Justiça, ele também promoveu uma patrulha ideológica sob os servidores públicos que elaborou um dossiê com cerca de 400 nomes, considerados por ele como “antifascistas”.

A principal credencial de Mendonça para o cargo não são seus conhecimentos jurídicos mas o fato de ser também um pastor, da Igreja Presbiteriana Esperança. Com a indicação Bolsonaro busca agradar sua base eleitoral de evangélicos. Por seu nome, figuras como o pastor Silas Malafaia compraram briga com o Centrão, que o acusava de lavajatista e barrava sua escolha. Esse lobby da poderosa bancada da bíblia demonstra mais uma vez o peso reacionário das igrejas sobre os assuntos do Estado, que deveriam ser laicos.

Mendonça será no STF um pau mandado de Bolsonaro e das Igrejas em defesa de seus interesses reacionários contra o aborto, contra a descriminalização das drogas, contra o racismo e a homofobia. Mais um ministro para reforçar o autoritarismo do tribunal e o seus poderes sem voto, já que os 11 ministros não foram eleitos por ninguém.




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