Denúncia de trabalhadora de empresa terceirizada de telemarketing que presta serviço para a gigante seguradora de saúda Amil mostra como a empresa está deliberadamente impondo aos trabalhadores condições de risco de contração do COVID-19, sem higiene e sem alteração de escalas de trabalho.
quinta-feira 19 de março de 2020 | Edição do dia
Veja denúncia feita por trabalhadora do telemarketing que presta serviço para a Amil no Rio de Janeiro:
Segundo a trabalhadora, a empresa terceirizada acabou acatando a redução de escalas após a organização dos funcionários para exigir isso. Sabemos que a redução de escalas em si já é uma medida bastante tímida e de eficácia duvidosa para impedir a transmissão do COVID-19, mas a conquista desta por parte dos trabalhadores significava um avanço em sua organização para colocar um limite na ganância capitalista que expõe os trabalhadores a arriscarem suas vidas.
Contudo, a Amil, gigante do ramo de seguros de saúde, demonstrou como sua preocupação de fato não é com saúde, mas apenas com seus lucros. Por meio da gestora da Central 24h, Gisele Moraes Liberato, eles não apenas se recusaram a acatar a redução das escalas, como no ambiente de trabalho não oferecem condições minimamente salubres para poder seguir as orientações de prevenção orientadas pelas autoridades.
O álcool gel que a empresa fornece é totalmente insuficiente, e os sabonetes foram substituídos por detergente. Como já expressamos em outras denúncias recebidas pelo Esquerda Diário, a situação absurda dessa empresa se repete em outras empresas de telemarketing, que estão expondo os trabalhadores.
Como disse a trabalhadora terceirizada da Amil, "Sinto como se a nossa vida não valesse ou como se ela só prestasse mesmo pra gerar lucro!"
Frente a isso, nós, trabalhadores, não devemos aceitar calados, temos que responder que nossas vidas valem mais do que seus lucros! Nos organizemos para parar os serviços e impor planos de contingenciamento de acordo com o necessário para garantir nossa segurança e manter as empresas funcionando sob controle dos trabalhadores!
