Em uma realocação dos militares no poder, Bolsonaro indica Jorge Oliveira, atual ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência da República, para cargo de ministro do Tribunal de Contas da União (TCU).
segunda-feira 5 de outubro de 2020 | Edição do dia
Jorge Oliveira era um dos cotados para indicação de cargo no Supremo Tribunal Federal, porém Bolsonaro acabou escolhendo Kassio Marques, acenando para o centrão e reafirmando o pacto entre as instituições que outrora estavam em conflito, mostrando que acima das divergências está o objetivo em comum de atacar os trabalhadores.
O cargo disponível no TCU se dá por conta da aposentadoria de José Múcio Monteiro, atual presidente do Tribunal, que irá se aposentar ao final de 2020, mas já informou que irá protocolar o pedido nesta semana.
Como era de se esperar, Jorge Oliveira é mais um dos muitos militares que compõem o governo de Bolsonaro e Mourão. Ele é advogado e major da Polícia Militar, a instituição que mais mata jovens negros e pobres no mundo. Jorge Oliveira inclusive possui relação pessoal com a família Bolsonaro, pois foi padrinho de casamento de Eduardo Bolsonaro (PSL).
Atualmente o militar acumula os cargos de Subchefia de Assuntos Jurídicos (SAJ) e ministro-chefe da Secretaria Geral. Agora, Jorge Oliveira poderá receber o altíssimo salário de um ministro do TCU, correspondente a R$ 37,3 mil mensais, sem incluir auxílio-alimentação, ressarcimento com gastos de saúde, entre outros.
Enquanto isso, a população brasileira amarga no desemprego, sofre com a diminuição do valor do auxílio emergencial feito por Bolsonaro e com a reforma administrativa que irá precarizar os serviços públicos enquanto mantém intactos altos salários como esses.
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