A empresa Boa Vista Mineração LTDA, que tem como sócia a filha de Romero Jucá, está prospectando o seu quinhão em exploração de minérios em terras amazônicas no estado de Roraima, ameaçando não só a floresta mas também reservas indígenas.
sexta-feira 1º de setembro de 2017 | Edição do dia
O Jornal O Globo, em sua errata prontamente esclareceu que a mineradora da filha de Jucá não tem pedidos de pesquisa de mineração diretamente em terras indígenas junto ao Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM).
Parte das pesquisas da mineradora Boa Vista ocorrem a uma distância de 10 km, algumas chegam ainda mais perto, a cerca de 500 m de reservas indígenas. Tamanha proximidade acaba tornando patética, ou no mínimo irrelevante, a prontidão do Jornal em dizer que as prospecções não estariam ocorrendo dentro de áreas de reservas indígenas.
Em um estado que, segundo dados da FUNAI, tem 31 reservas indígenas regularizadas e 2 reservas em estudo que ocupando juntas quase 70% de seu território, qualquer atividade de mineração certamente vai ameaçar as reservas florestais e indígenas. E, só pela Mineração Boa Vista, já são 42 os requerimentos para prospectar a existência de reservas de basalto, granito e até ouro só no estado de Roraima.
Não é preciso ir muito longe para conhecer os impactos de uma atividade de mineração. O crime da Samarco em Mariana/MG figura como um caso mais extremo de uma atividade que deixa um rastro de devastação e ocupação desordenada, tudo em nome de extrair a qualquer custo os recursos minerais, atropelando as questões ambientais, a população e, no caso, os povos indígenas.
Embora não sejam casos diretamente relacionados, caso se consolide a investida de Temer contra a Renca, reserva da Amazônia localizada entre os estados do Pará e Amapá, para colocá-la à disposição da mineração privada, também sairão fortalecidos os interesses das mineradoras como um todo e a sua lógica de maximização dos lucros deixando um rastro de destruição em níveis ainda mais alarmantes.
