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ESCOLAS SP | Alckmin volta a defender projeto de reorganização escolar

sábado 19 de dezembro de 2015 | 00:00

O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, voltou a defender, nesta sexta-feira, 18, a reorganização escolar, projeto que provocou grande mobilização social contrária à ação, com ocupação de quase 200 escolas e que acabou suspenso. "Nosso objetivo é criar o ciclo único, que já existe em 1.500 escolas, consideradas as melhores e que estão 15% acima da média do Idesp (indicador estadual de qualidade do ensino), enquanto as escolas que juntam crianças de 6 anos com adolescentes de 17 anos estão entre 14% e 15% abaixo da média do Idesp", destacou.

Alckmin explicou que a meta é ter mais 750 escolas de ciclo único, separando crianças de 6 a 11 anos no ciclo 1, alunos 11 a 14 anos no ciclo 2 e, no ensino médio, para os adolescentes de 14 a 17 anos, criar outro ciclo. "Separando o ciclo, melhoram a qualidade da educação e o índice dessas escolas no Idesp. Mantendo juntas as crianças na mesma faixa etária, elas ficam mais focadas no ensino", afirmou.

Segundo o governador, uma das maiores razões que levam uma família a tirar a criança da escola pública e matricular na escola privada é o bullying. "No mundo inteiro as escolas particulares já são separadas por ciclo. Nossa proposta, do ponto de vista pedagógico, está correta".

Alckmin ressaltou que há muita ociosidade na rede, com 2 milhões de vagas desocupadas, isso porque grande parte do ensino infantil foi municipalizado. Desta forma, na avaliação do governador, a reorganização escolar possibilitaria a abertura de mais salas nas Emeis e creches. E também aumentaria o número de vagas nos ensinos técnico e tecnológico.

"Como surgiu bastante dúvida, ao invés de usar 2016 para implantar essa reorganização, nós vamos usar para dialogar, escola por escola, explicando a proposta, mostrando que ela melhora a educação. Tenho certeza de que os pais dos estudantes vão querer esse modelo, que já está implantado", ressaltou Alckmin. "Os próprios alunos decidiram desocupar as escolas e as poucas ainda ocupadas devem ser liberadas na segunda-feira", finalizou o governador.

Essa afirmação do governador só reforça como Alckmin permanece intransigente quanto a sua postura de reorganizar toda a rede pública de ensino, avançando num projeto de precarização ainda maior da educação. Segundo Jéssica Antunes, diretora do Centro Acadêmico de Letras da USP, "Os estudantes secundaristas se mobilizaram e com atos de ruas, ocupações e cortes de importantes vias conseguiram impor uma derrota ao governador, derrubando ainda que momentaneamente a reorganização escolar. Essa declaração de Alckmin só reforça a importância de que a articulação desses estudantes permaneça após as desocupações. Preparando uma forte luta para 2016, fortalecendo o comando unificado das escolas em luta e buscando se aliar com os estudantes universitários e os trabalhadores na defesa de uma educação pública, gratuita e de qualidade, e para que as escolas sejam dirigidas pelos alunos, professores e toda comunidade escolar."




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