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RIO DE JANEIRO | Água podre no Rio é fruto da precarização privatista da CEDAE

Desde que a privatização da CEDAE foi aprovada, em 2017, a empresa vem sofrente um processo de precarização. O cúmulo disso foi visto nessa semana, quando milhões de pessoas na cidade receberam sua água com cor escura e cheiro ruim nas suas casas.

segunda-feira 13 de janeiro de 2020 | Edição do dia

Em fevereiro de 2017 se aprovava na Alerj uma lei que permitia a privatização da CEADE. A aprovação se deu mesmo com uma heroica greve dos trabalhadores da CEDAE, que foi reprimida de forma brutal. Desde então, a CEDAE passa por um processo acentuado de precarização, que se deu sob ambos governos, Pezão e Witzel.

Cada vez mais os trabalhadores tem que trabalhar em condições precárias, sobrecarregados, sem o a estrutura necessária e ainda com medo do assédio moral caso falem algo. A consequência disso são os números de reclamações que houveram. Em julho de 2018, esse número era de 7.136. Em abril de 2019, pularam para 30.783. No PROCON, entre janeiro e maio de 2018 foram 167 reclamações contra 467 no mesmo período de 2019. No entanto, o lucro da CEDAE triplicou em 2018, com relação a 2017. Ao mesmo tempo também ocorreu o aumento da tarifa, de 12% em 2018. Relatos de problemas técnicos e falta de manutenção também não faltam.

No entanto, mesmo com isso, em março do ano passado a empresa demitiu 54 funcionários, a maioria engenheiros. Em novembro, a empresa também abriu um programa de demissão voluntária.

O aparelhamento político da CEDAE também ocorreu nesse tempo. Em 2019, Witzel colocou Pastor Everaldo, do PSC - seu partido - sob comando da empresa.

Como resultado, a população carioca recebe como “presente” de ano novo a água vindo turva e com mau cheio. E o pior, ainda tiveram que lidar com o cinismo. Mesmo com especialistas dizendo que a água não estava própria pro consumo e com relatos de pessoas passando mal, a empresa disse que a água estava boa para o consumo e que a anomalia era causada por algas.

O estado do Rio arrecadou R$ 13,4 bilhões em royalties do Petróleo em 2019, um recorde histórico que deve ser ultrapassado em 2020. Esse valor, no entanto, não retorna à população. Para que todo o povo carioca tenha água tratada de qualidade e saneamento básico garantido seria necessário investimento público de alto porte.

É necessário um programa econômico que ataque a propriedade privada e dê uma resposta de fundo para os problemas estruturais cariocas. Para garantir o saneamento básico para todos, e que não sejamos nós que paguemos com nossas vidas por essa crise, defendemos a reestatização da Petrobrás, hoje 49% privada, sob controle dos trabalhadores.

Estudos apontam que nos países onde o saneamento foi privatizado, o serviço não se ampliou significativamente e se tornou mais caro. Nenhum empresário que venha a gerir o saneamento está interessado em investir seu próprio dinheiro, que seguirá vindo dos cofres públicos, mas com a taxa de lucro adicionada na fatura que chega a população.

Para barrar a sanha privatista dos capitalistas é necessário a mais ampla mobilização dos trabalhadores da CEDAE em aliança com a população fluminense. Junto a isso, é necessário lutar por uma CEADE 100% estatal, gerida pelos trabalhadores, com controle da população.

Abaixo a privatização da CEDAE, a CEDAE é do povo!




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