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CRISE POLÍTICA | Aécio Neves e Cunha se pronunciam sobre a crise política

terça-feira 28 de julho de 2015 | 01:12

Nesta segunda-feira, 27, Aécio Neves , senador e presidente do PSDB, declarou que seu partido irá pagar tempo na TV e no Rádio para convocar as manifestações chamadas pela direita para o dia 16 de agosto contra Dilma. Para passar a imagem de união entre os tucanos, Aécio ira aparecer nas propagandas junto com FHC, Alckmin e Serra, estes dois últimos também postulantes a candidatura do PSDB para as eleições em 2018.

Sobre a possibilidade de impeachment de Dilma, o senador mineiro afirmou que “o que vai acontecer com a presidente depende mais dela do que da oposição. Quando tiver a oportunidade de ser presidente, isso acontecerá pelo voto. Para nós, o calendário de 2018 sempre será o calendário normal”. Dessa forma, Aécio parece expressar uma linha muito mais cautelosa por parte do PSDB em relação ao impeachment, sem, contudo, descartar a possibilidade do aprofundamento da crise do governo frente a crise econômica e os escândalos de corrupção.

Por sua vez, Eduardo Cunha, presidente da Câmara dos Deputados pelo PMDB e recém declarado oposicionista ao governo, foi ao contra-ataque contra a campanha de parte da militância petista em reforçar seu desgaste pelo envolvimento na Lava-Jato. “Eu não costumo reagir colocando a cabeça debaixo do buraco… a história não reserva espaço para os covardes. Se eles pedem qualquer tipo de coisa em relação a mim, deviam começar pedindo o afastamento de ministros e talvez discutindo o da própria presidente”.

O deputado fluminense disse que os pedidos de impeachment que chegarem até a presidência da Câmara e tiverem fundamento jurídico terão acolhimento. Mas, ao mesmo tempo e contraditoriamente, também expressou cautela ao afirmar que “não está no nosso horizonte fazer com que nosso país incendeie. Nesses dias difíceis, pode faltar incendiário, o que não pode faltar é bombeiro”.

Por detrás de tais declarações e ações vai se se desenhando a linha política que a oposição burguesa tenta afinar para lidar com a crise. A cautela em ambos os discursos indica que a burguesia brasileira conhece os perigos que uma maior instabilidade política pode trazer para seus interesses. Tem consciência de que a classe operária não está morta, e que o aumento nas greves indica disposição de resistência por parte dos trabalhadores. Sabe, por isso, da necessidade de frente única em torno dos ajustes e dos riscos de que os escândalos de corrupção respinguem em todos os partidos da ordem e termine de desgastar o regime político.

No entanto, ao mesmo tempo em que tira um pouco o pé do acelerador, o PSDB busca ser mais ativo, patrocinar mais firmemente as manifestações de descontentamento pela direita, para continuar capitalizando o descontentamento. Visa estender o sofrimento do PT, enquanto ganha tempo para resolver suas divisões internas e aparecer para os empresários como melhores preparados para aplicar os ataques contra os trabalhadores.

Apesar de compartilhar de muitos desses fundamentos, Cunha tende a atuar com uma linha um pouco mais ofensiva porque está acuado. Frente as denúncias que o envolvem na corrupção da Petrobras, começa a perder apoio dentro do próprio PMDB, que tem dificuldade de controlá-lo quando necessário. Como garantia contra o PT, procurar manter apontado contra Dilma a ameaça de impeachment.

Observando esse quadro, Diana Assunção observou que "É fundamental aos trabalhadores e a juventude que fiquemos atentos aos movimentos dos patrões e seus políticos para que possamos traçar os possíveis cenários em que se desenvolverá a crise do PT. Dessa forma estaremos melhores preparados para construir uma saída à esquerda, independente do PT e da direita".




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