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Permanência estudantil | Absurdo: em meio a retorno presencial, PUC-Rio aumenta preço do Bandejão para R$ 18,00

Enquanto estudantes da PUC-Rio se preparam para retornar às aulas presenciais, é anunciado o novo valor que será pago no Restaurante Universitário: o preço de uma refeição foi catapultado a R$ 18,00.

sexta-feira 11 de março de 2022 | Edição do dia

Como várias universidades no Rio de Janeiro e país afora, a unidade carioca da Pontifícia Universidade Católica (PUC-Rio) se prepara para retornar nesse semestre às aulas presenciais. É em meio a esse momento, que segue um período de extrema precarização da permanência universitária, bem como deterioração das condições de vida de muitos estudantes, que perderam seus empregos ou tiveram a renda reduzida durante a pandemia, que foi anunciado, por meio de uma circular da Sodexo - empresa que gerencia o Bandejão da Universidade - que o preço das refeições no Restaurante Universitário devem quase dobrar, passando dos já abusivos R$ 10,00 cobrados de estudantes para R$ 18,00!

O Bandejão da PUC-Rio já estava entre os mais caros do país, cobrando de estudantes um preço proibitivo a qualquer estudante de baixa renda que precise se alimentar na universidade vários dias da semana, para nem falar dos funcionários da universidade, de quem era cobrado R$16,50 para se alimentar em seu local de trabalho. Em comparação, o Bandejão da UERJ custa R$ 2,00 para cotistas e R$ 3,00 para não-cotistas, o da UFRJ é R$ 2,00 e o da UFF, R$ 0,70.

Esse aumento, que torna praticamente supérflua a presença de um Bandejão enquanto política estudantil de garantia de permanência e qualidade de vida dos estudantes, equiparando o preço de um refeição basicamente ao que se vê sendo cobrado por um prato feito em comércios fora da Universidade, não faz mais do que aprofundar o caráter profundamente elitista e racista desta que já é uma Universidade marcada pela exclusão. Aos quase 50% de estudantes da PUC-Rio que são cotistas, que enfrentam diariamente a situação de estudar em uma Universidade que se nega a reconhecer as necessidades de estudantes de baixa renda, esse aumento representa mais um empurrão contra sua permanência, sinalizando que mesmo a alimentação na universidade não é para os estudantes da classe trabalhadora. Um exemplo gráfico são os estudantes que ingressaram na PUC-Rio por meio do Fundo de Financiamento Estudantil, o FIES. Estes estudantes têm, teoricamente, direito a isenção no pagamento do valor da refeição, porém esse direito só contempla uma refeição por dia. Ou seja, estudantes que tenham que passar o dia na universidade, ou que morem muito longe e saiam tarde das aulas, terão que escolher entre almoço ou jantar, ou desembolsar o valor completo.

A medida absurda não tem outro propósito além de encher ainda mais os bolsos da Sodexo, essa multinacional da terceirização que lucra com a concessão do Bandejão enquanto cobra valores proibitivos e explora o trabalho terceirizado de trabalhadoras e trabalhadores essenciais ao funcionamento da universidade (além do RU, a empresa também é responsável pela limpeza), sem que estes tenham sequer o direito de serem reconhecidos como funcionários da PUC-Rio.

É preciso organizar desde já uma forte resistência contra esse aumento abusivo, defendendo o direito à permanência plena e por condições seguras e sustentáveis de retorno presencial, garantindo que nenhum estudante fique para trás! Essa luta deve, igualmente, enfrentar-se com o já exorbitante preço de R$ 10,00, avançando para questionar de conjunto o contrato da PUC-Rio com a Sodexo, cujos termos são mantidos em segredo dos estudantes!

Contra o aumento no Bandejão, por permanência estudantil plena para todos os estudantes! Pela abertura imediata dos livros de contas do contrato! Contra a terceirização e a precarização, pela efetivação de todas as trabalhadoras terceirizadas do Bandejão e da limpeza!




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