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Absurdo: dois trabalhadores são mortos pela GCM enquanto voltavam do trabalho. Exigimos justiça pelas vítimas!

Em São Paulo, Kaue, o único sobrevivente, baleado no braço e brutalmente espancado pelos GCMs, voltava do dia de trabalho após vender sorvetes na cidade aparecida junto à Rodnei e Bruno, os dois foram mortos dentro do carro por disparos de um guarda num posto de combustíveis de Itaquaquecetuba.

quinta-feira 17 de outubro de 2019 | Edição do dia

Em São Paulo, Kaue, o único sobrevivente, baleado no braço e brutalmente espancado pelos GCMs, voltava do dia de trabalho após vender sorvetes na cidade aparecida junto à Rodnei e Bruno, os dois foram mortos dentro do carro por disparos de um guarda num posto de combustíveis de Itaquaquecetuba.

Acontece que os guardas que estavam juntos de suas namoradas - uma delas também foi morta - reagiram a um assalto sob os efeitos daquilo que Sérgio Moro chama de “violenta emoção” presente no Pacote Anti-Crime, que pretende dar carta branca, mais do que já há, para o assassinato sem consequências de jovens, trabalhadores e negros. O absurdo ocorrido com os 3 trabalhadores exemplifica situações que o Ministro da Justiça deseja generalizar e legalizar.

Após terem pertences roubados por assaltantes que vieram do outro lado da rua, um dos GCMs atirou a esmo no carro onde estavam os 3 jovens trabalhadores que voltavam para casa e tinham parado para abastecer o carro.

O sobrevivente que foi alvejado no braço e saiu para pedir ajuda foi espancado pelos policiais. Nem o “bandido bom é bandido morto” procedeu, os dois assaltantes sobreviveram a reação sob “violenta emoção” dos guardas. Até porque, este anseio assassino é nada mais que expressão do que vimos na prática neste caso e como ocorre em muitos outros: o assassinato legalizado da juventude, em sua maioria negra, que sofre com o desemprego por volta de 12%, a precarização do trabalho e busca se virar como pode.

Este “perfil” tem classe, certamente não é a mesma que podemos encontrar nas altas cúpulas do governo Bolsonaro, da polícia, do judiciário e da equipe econômica de Paulo Guedes. Kaue, que sobreviveu, ficou preso por quatro dias, após a liberação das imagens da câmara no posto, disse logo após ser solto que:

"Nós vimos o assalto e ficamos dentro do carro. Eu falei para ele ficar dentro do carro, vamos ficar dentro do carro, vamos esperar os ladrão ir embora. Aí o policial [guarda] chega e começa a tirar em ’nós tudo’. E eu saio para pedir ajuda e já me dá um rodo e começa a me bater"

As imagens das câmeras do posto de gasolina confirmam a versão de Kaue, oposta a dos guardas que em seu depoimento, tentando se safar de seu crime, dizem que os 3 amigos participaram do assalto, o que se trata de uma mentira. Até o momento, a informação disponível é que os 2 GCMs ainda estão livres e trabalhando, enquanto que familiares e amigos das vítimas exigem justiça pelos seus mortos e protestaram em frente ao Setor de Homicídios e Proteção à Pessoa de Mogi das Cruzes.

Neste ano, a violência policial deu um salto. Somente no Rio de Janeiro que vive uma situação de calamidade social, 17 jovens foram baleados pelas forças militares graças à política genocida e falsa de guerra às drogas de Witzel.

O Caso de Ágatha a pouco tempo gerou revolta contra o racismo e extermínio dos pobres por parte do Estado. No começo do ano, tivemos o músico Evaldo, alvejado por mais de 80 tiros. No total, até agosto, 1.249 pessoas foram mortas pela polícia nessa situação, estatísticas que batem recordes.

Este Estado dos ricos, nas mãos dos governos de Bolsonaro, Witzel e Dória, já mostra que veio para matar até mesmo aqueles que fazem o possível para sobreviver diante da crise econômica e do desemprego, como Rodnei e Bruno e Kaue. Querem arrancar a vida não somente passando seus ataques como a reforma da previdência mas também através de balas, seja de jovens trabalhadores e crianças. Exigimos justiça pelas vítimas e prestamos toda solidariedade aos familiares e amigos.




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