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NOSSAS VIDAS VALEM MAIS QUE O LUCRO DELES | ABSURDO: Presidente do BC diz que evitar mortes por coronavírus é pior para economia

Em conversa com investidores, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, defendeu a seus outros amigos capitalistas a necessidade de colocar na prática as ordens de seu chefe, Jair Bolsonaro: a “normalização” da economia sob o preço da perda de milhares de vidas e da saúde da população.

quinta-feira 16 de abril de 2020 | Edição do dia

Seguindo a mesma palavra de ordem que burgueses como Luciano Hang e o dono dos restaurantes Madero, o subordinado de Paulo Guedes, que destinou 1,2 trilhões para ajudar banqueiros enquanto o insuficiente auxílio de 600 reais tarda para chegar aos mais necessitados, usou um gráfico para afirmar que “quando você tem um achatamento maior [da curva de infectados], você tem uma recessão maior e vice-versa”.

Não se trata de preocupação com empregos ou com a qualidade de vida e trabalho da população, para Roberto Campos Neto, filho de ministro do Planejamento da ditadura militar, a questão de vida ou morte é a defesa dos lucros dos patrões, banqueiros e especuladores da dívida pública. O gráfico utilizado pelo Presidente do BC, de acordo com o próprio, serve “para ilustrar que existe essa troca [entre salvar vidas ou combater a recessão] e é uma troca que está sendo considerada.”

Por trás da falsa escolha entre vidas e economia, que vem se colocando nacionalmente na polarização entre Bolsonaro e governadores como Doria, estão diversos ataques econômicos como a MP da Morte, cujo um dos decretos sentenciava 4 meses sem salário. Medida comemorada na época pelo governador de São Paulo, mas que acabou revogada por grande rechaço dos trabalhadores, contudo, preservou diversos ataques como a diminuição de salários, direitos e suspensão de contratos.

Ontem a carteira verde e amarela, antigo desejo de Bolsonaro para atacar direitos e salários dos trabalhadores, foi aprovada na Câmara liderada por Rodrigo Maia. Os governos capitalistas mostram que usam de uma falsa demagogia sobre o nível de isolamento social necessário para conter a epidemia para defender seus interesses econômicos e eleitorais, usando a saúde e os empregos da população como simples peças para ganhar popularidade ou defender lucros.

Enquanto isso, as centrais sindicais aguardam em quarentena em suas casas, com setores como a Força Sindical cria um aplicativo que facilita a redução dos salários dos trabalhadores, CUT e CTB aguardam que o mesmo Maia e o Congresso que aprovam estes ataques assumam as rédeas da crise contra a Covid-19. Estes sindicatos deveriam estar batalhando por um plano de emergência concreto, começando por defender testes massivos, ampliação de leitos de UTI e respiradores, que seja com os trabalhadores controlando os rumos do combate à pandemia.

Por isso, nós do Esquerda Diário chamamos os trabalhadores a tomarem em suas mãos esta luta pela sobrevivência da classe trabalhadora, exigindo das suas direções sindicais que saiam das suas casas pra organizar a resistência, como parte de construir uma força capaz de superar essas burocracias e recuperar os sindicatos para as mãos dos trabalhadores.




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