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FRANÇA "COLETES AMARELOS" | A polícia francesa pediu reforços ao Governo para reprimir os "coletes amarelos"

Os sindicatos da policia pediram ao executivo francês que ponham a disposição mais efetivos ao Exército frente a nova mobilização marcada para o próximo sábado.

quarta-feira 5 de dezembro de 2018 | Edição do dia

Nesta terça (5), as principais referencias dos sindicatos da policia francesa se reuniram com membros do governo para acordar as condições com as quais essa força repressiva atuará ante uma nova mobilização dos "coletes amarelos" convocada para o próximo sábado.

"Os homens e mulheres das companhias de intervenção terão no total 20 dias de trabalho consecutivo sem descanso", reclamou um dos representantes da policia e disse ainda que "os comandantes das companhias de CRS (Companhia Republicana de Segurança, força de choque da policia) particularmente diziam: "temíamos que nossos homens não regressassem".

"É necessário que Emmanuel Macron entenda esta mensagem e que necessitamos urgentemente resposta e meios quantificados", reclamaram desde a cúpula policial diante da mobilização do próximo sábado.

Próximos de cumprir o quarto fim de semana consecutivo de protestos, Emmanuel Macron e seu primeiro ministro, Edouard Philippe, anunciaram o adiamento para a entrada em vigor do aumento dos combustíveis, previsto para o próximo 1º de janeiro. A suspensão será em princípio por seis meses e desde o oficialismo esperam que acalme a ira dos manifestantes.

Porém, prevendo que a mobilização se mantenha, os sindicatos da polícia exigiram que os cadetes de oficiais se integrem às forças da CRS e ainda chegaram a pedir um "reforço do exército para proteger os lugares institucionais e assim liberar as forças de intervenção móveis", enquanto que alguns setores pediam a restauração do estado de emergência.

Desde o Executivo francês asseguraram que "mobilizaremos na França forças adicionais aos 65.000 que se tem mobilizado. Estamos analisando todos os cenários legais e não excluímos nenhum se são efetivos", segundo disse o ministro do interior, Christophe Castaner.

Castaner e o Secretário do Estado, Laurent Núñez, se reuniram na terça-feira com representantes dos sindicatos da política nacional. "O ministro e os sindicatos tem intercambiado suas analises sobre a evolução necessário da gestão da ordem pública para fazer frente a estes comportamentos inadmissíveis", asseguraram desde o governo num comunicado ao final da reunião.

Para acalmar os ânimos dos chefes policias, Macron anunciou, durante uma refeição organizada com a cúpula da CRS nesta terça, um bônus para as forças repressivas que atuarem contra o movimento de protesto.

A policia não quer reprimir os "coletes amarelos"?

Com as imagens da manifestação de sábado e a resistência dos "coletes amarelos" no Arco do Triunfo contra a repressão da polícia, em muitos meios de comunicação e redes sociais circulou um vídeo que mostrava um grupo de policiais que ficou frente a frente com os manifestantes, porém se negou a reprimi-los.

Este fato junto a várias declarações por parte de membros das forças repressivas em um sentido similar foi lido como que a policia se opôs a ordem de repressão dada por seus superiores e pelo governo. É certo que não foi assim, os policiais reclamavam que não eram somente eles os encarregados da repressão e chegaram a pedir que o Exército francês ocupe as ruas para evitar as manifestações.

Alguns sindicatos da polícia, como Alliance, Synergies e NCCS pediram o "apoio do exército" para manter os edifício públicos. Propuseram uma "mudança de paradigma" na vigilância policial com unidades militares que vigiam os edifícios para "liberar" as unidades das tropas móveis.

"Chegará a uma situação em que o colega para salvar sua vida poderia se ver obrigado a usar sua arma", ameaçou Fabien Vanhemelryck, secretario geral do Alianza de la Unión, um dos sindicatos da polícia.

O certo é que a polícia é a principal responsável da violência que ocorreu neste sábado nas manifestações. Em Paris, segundo as contagens oficias, 162 pessoas foram atendidas em emergências. Até esta terça-feira, 17 pessoas seguiam hospitalizadas. Em Marsella, um idoso morreu depois de receber uma granada de gás lacrimogênio na cara. As pessoas em todas as partes tem sido mutiladas, perdendo uma mão, um olho, sem contar as contusões e as lesões por granadas de gás ou disparos de balas de borracha.

Longe de solidarizar-se com os "coletes amarelos", as manifestações da policia apontaram no sentido de terem mais efetivos e mãos libres para reprimir melhor as manifestações contra o governo.




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