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HISTÓRIA | A participação das massas operárias na revolução cubana

Frente a um novo aniversário da Revolução Cubana, recordamos o destacado papel que tiveram os trabalhadores ao longo do processo.

quarta-feira 4 de janeiro de 2017 | Edição do dia

O movimento operário cubano contava com uma longa tradição de luta e combatividade desde muito antes do triunfo da revolução de 59. Um exemplo disso é a histórica greve geral de agosto de 1933 que havia colocado abaixo a feroz ditadura de Machado. Este movimento grevista havia sido iniciado em julho desse ano pelos trabalhadores das empresas de ônibus de Havana e, ao quinto dia, se converteu em uma poderosa ofensiva contra o governo. Parecia uma “cidade sitiada” segundo a Foreign Policy Association (1935:367). O grupo trotskysta encabeçado por Sandalio Junco teve um papel muito importante ao dirigir o Comitê de Greve de Guantânamo.

Em dezembro de 1955, os trabalhadores rurais voltam a levar adiante uma violenta greve produto das nefastas condições de vida que sofriam no marco da crise açucareira, colocando milhares de trabalhadores nas ruas. A greve se concentrou nas cidades de Santiago, Camagüey, e Las Villas e chegou até as redondezas de Havana. Começõu com demandas salariais e se converteu rapidamente em uma ação política sob a consigna “abaixo o governo criminoso!”.

Em 1957 uma nova greve geral com epicentro em Santiago voltou a colocar em cena as massas mobilizadas e debilitou a confiança da burguesia no governo de Batista que até esse momento havia sido povoado e financiado pelo imperialismo norteamericano. A espontaneidade e a combatividade reinava entre as massas, o que gerou uma rápida militarização da cidade com altíssimos níveis de repressão e perseguição.

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Depois do triunfo militar em Santa Clara, no final de 58, o mais importante da guerrilha, se abriu o caminho para que a greve insurrecional de cinco dias em janeiro de 1959 possibilitasse a entrada de Fidel Castro e do Exército Rebelde em Havana e em 8 de janeiro, o triunfo definitivo da revolução. As massas mobilizadas no centro da cena política nacional terminaram por pesar a balança a favor dos “barbudos” de Serra Maestra e exerceram uma constante pressão social sobre a direção do M26, ao ponto de levá-los a radicalizar suas posições como se viu na incorporação de pontos programáticos fundamentais: a reforma agrária, a expropriação de empresas e os julgamentos populares aos militares responsáveis da repressão ao movimento cubano.

Esses exemplos demonstram o papel que tiveram os trabalhadores cubanos do campo e da cidade para o triunfo definitivo do processo revolucionário e a posterior defesa de seus meios mais radicais. Como disse León Trotsky: “A história das revoluções é para nós, acima de tudo, a história da irrupção violenta das massas no governo de seus próprios destinos.”

A política do castrismo não foi a de desenvolver organismos de autodeterminação das massas (como foram os sovietes na Revolução Russa) instaurando-se um Estado Operário burocraticamente deformado.

Tradução: Zuca Falcão




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