Diferente do que o governo golpista prometia com as reformas contra os trabalhadores, taxa de desemprego cresce no país
sexta-feira 27 de abril de 2018 | Edição do dia
No primeiro trimestre de 2018, segundo o IBGE, a taxa de desemprego atingiu 13,1%, totalizando 13,7 milhões de brasileiros procurando emprego sem sucesso nos primeiros meses do ano. Esta taxa configura um aumento em relação ao último trimestre de 2017, no qual o número de desempregados estava em 11,8%, ou seja, há 1,4 milhões de pessoas a mais fora do mercado de trabalho.
Dos dez campos de atividade pesquisados pelo IBGE, cinco sofreram retração. Apesar da tentativa de maquiar a realidade, dizendo que o desemprego caiu na comparação anual em 0,6 ponto percentual, isso só é verdade se considerarmos os trabalhos informais, ou seja, sem registro na carteira de trabalho e sem a proteção das leis trabalhistas e os direitos previstos nelas, o que abre margem diretamente para uma forma de emprego ainda mais precarizada. Em realidade, o número de pessoas com carteira assinada atingiu o menor nível desde 2012. O número de pessoas com trabalho registrado em carteira no primeiro trimestre desse ano foi de 32,9 milhões, o que configura uma queda de 1,2% em relação ao final de 2017, ou seja, 402 mil pessoas perderam seus empregos nos últimos meses.
Já o número de pessoas trabalhando informalmente, apesar de ter caído em relação ao final de 2017, nota-se um aumento de 5,2%, o que reflete diretamente a crescente precarização do trabalho, consequência da lei da terceirização e da Reforma Trabalhista, que vem no sentido de atacar a classe trabalhadora para que seja ela quem pague o preço da profunda crise que assola o país. Quando o Temer conta suas mentiras dizendo que vai diminuir o desemprego, na prática ele está querendo aumentar os postos de trabalho terceirizados e informais, negando aos trabalhadores os direitos já conquistados historicamente com muita luta e tentando desmoralizar para que eles não avancem na conquista de mais direitos.
O governo golpista de Temer mente, maquiando a realidade e dizendo que reduzirá o desemprego quando, na verdade, quer manter o lucro dos empresários retirando direitos, precarizando o trabalho, diminuindo as condições de vida cortando investimentos em saúde e educação, pagando os juros abusivos da dívida pública, perdoando dívidas bilionárias de empresários como o Itaú que bateu o recorde mundial de lucro fechando postos de trabalho. O problema do governo não é a crise em sí, que é inevitável neste sistema de exploração pois é característica do capitalismo, mas as escolhas que faz em meio as elas, descontando nas costas dos mais pobres enquanto os mais ricos permanecem lucrando como se nada tivesse acontecendo.