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RACISMO | A especulação imobiliária e a ameaça de despejo do Quilombo Lemos em Porto Alegre

O Quilombo Lemos no bairro Morro Santa Tereza em Porto Alegre, está sendo alvo de despejo desde à ultima quarta (07), onde sofreram ameaças da tropa de choque. O quilombo está sob ameça de nova tentativa de despejo nesta segunda (12). O que está por detrás do despejo de dezenas de famílias é a especulação imobiliária na região que é alvo de capitalistas com sede de lucro e de despejar os negros da região.

domingo 11 de novembro de 2018 | Edição do dia

O Quilombo Lemos que fica em Porto Alegre, está ameaçado de despejo. Recebeu a visita de oficiais de justiça e do Batalhão de Choque da Brigada Militar na quarta-feira (07/11), acompanhados de escavadeiras que foram levadas para demolir as casas. Com a resistência dos moradores, e a solidariedade que tiveram conseguiram impedir que a Tropa de Choque desocupasse o local, mas ainda estão ameaça de desocupação, o que pode ocorrer nesta segunda (12).

O Quilombo fica na Avenida Padre Cacique número 1250, e existe desde os anos 60. O local fica ao lado do Asilo Padre Cacique, que foi quem pediu para a Brigada Militar expulsar os moradores de suas próprias casas. O Quilombo foi fundado pelos trabalhadores que trabalhavam no Asilo e instalaram suas casas no terreno ao lado. Hoje o Asilo está querendo expulsar os moradores por dizerem que não teriam “cedido” o terreno a eles, sendo o patriarca do Quilombo, Jorge Lemos, trabalhou 46 para o Asilo, e viveu a maior parte no Quilombo que ele fundou. Mas na verdade tem outra questão que está por trás dessa tentativa de desocupação e deixar dezenas de famílias negras sem onde morar: a sede de lucro das empresas imobiliárias.

Onde hoje está o quilombo, os donos do Asilo pretendem despejar os moradores e fazer a higienização do povo negro que vive nesta zona próxima a orla do Rio Guaíba. Com isso desejam que a área esteja desocupada para servir a especulação imobiliária, e vender o terreno para ser construídos condomínios de luxo, shoppings e etc. Com a remoção, a terra ancestral negra corre o risco de ser perfurada pelas pedras fundamentais de condomínios luxuosos. O que está por detrás da desocupação do Quilombo Lemos, é retirar essas dezenas de famílias negras de suas casa e vender para grandes empresas que querem lucrar com a localização próximo a orla do Guaíba. O Morro Santa Teresa, bairro onde se localiza o quilombo, fica no meio da Orla do Guaíba, que hoje já tem as duas pontas pertencendo a grandes empresas, o bairro onde fica o quilombo é o único que ainda não foi comprado pelos capitalistas.

É extremamente absurdo a intenção que o Asilo tem de expulsar as famílias quilombolas que vivem ali há mais de meio século para serem especuladas por empresas imobiliárias que querem fazer a higienização da área e também privatizar essa região da Orla do Guaíba, um cartão postal da cidade, onde o que pretende é construir condomínios de luxos para as classes médias e altas.

Após a tentativa de invasão do oficial de justiça e dos soldados e das escavadeiras na quarta-feira passada, foi formada uma vigília no quilombo. Moradores, familiares, movimentos sociais, se juntaram para resistirem a esse brutal ataque racista e elitista aos quilombolas, e querem retirá-los de suas próprias casas a base de muita repressão. O presidente do Asilo, Edson Brozoza, vem fazendo várias ameaças a resistência do Quilombo e com ofensas racistas. Temos que todos dar apoio e ajuda ao Quilombo Lemos para resistirem a repressão e defender suas moradias.




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