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A escandalosa omissão do Governo Bolsonaro faz óleo chegar no litoral do RJ

A mancha de óleo se espalha desde Agosto e já são mais de 700 locais afetados. Especialistas estimam que impactos persistirão por décadas. Enquanto setores da população se organizam para tentar mitigar alguns impactos, o governo se omite de forma escandalosa.

segunda-feira 25 de novembro de 2019 | Edição do dia

O óleo derramado no litoral brasileiro apareceu pela primeira vez no dia 30 de Agosto na costa da Paraíba e em duas semanas se espalhou por seis estados do nordeste. Enquanto isso Ricardo Salles, o primeiro Ministro do Meio Ambiente a responder processos por crimes ambientais, se limitou a fazer vagas acusações de que o petróleo viria da Venezuela e tratou de ignorar solenemente o caso. Mas o óleo, teimosamente, continuou a se espalhar e na metade final de Setembro já havia alcançado todos os estados do Nordeste, contaminando milhares de quilômetros de áreas de corai e manguezais. E agora, em pleno final de novembro, a mancha chegou no estado do Rio de Janeiro onde poderá afetar diversos outros ecossistemas sensíveis como restingas e lagunas.

Mesmo quando a crise alcançou maiores proporções com governo sendo pressionado por diversos protestos, inclusive da mídia burguesa, não foram tomadas as devidas ações para tentar conter o óleo no mar, até porque com a extinção, em Abril, dos comitês de execução e suporte para o plano nacional de contingência (PNC), a mobilização da infraestrutura necessária para uma ação de emergência estava ainda mais dificultada. Quem realizou o processo de retirada do óleo acumulado nas praias foi a própria população, trabalhadores do setor turístico e comunidades tradicionais de pescadores e marisqueiras, auxiliados por ativistas de movimentos ambientais. Somente posteriormente o governo acionou de forma demagógica as forças armadas neste processo, mas a esta altura a contaminação dos ecossistemas marinhos já havia se concretizado.

Enquanto isso, pesquisadores das universidades públicas, os mesmos que sofrem ataques e calúnias frequentes do ministro da educação Abrahan Weintraub, rastrearam uma área possível para o local do criminoso vazamento, que permitiu que as investigações apontassem para a embarcação Boubolina da empresa grega Delta Tankers. Mais do que isto, as pesquisas destas mesmas universidades apontam para uma extensa contaminação de Benzeno, substância cancerígena, além de centenas de tipos de hidrocarbonetos que se espalharam pelo mar contaminando inúmeras áreas protegidas, como o santuário de Abrolhos por exemplo. A indústria pesqueira do nordeste foi afetada, e o impacto maior será em centenas de comunidades tradicionais que dependem da pesca como principal fonte de sustento.

Ministros como Ricardo Salles e Abrahan Weintraub são apenas apêndices reacionários plantados por Bolsonaro para garantir os lucros dos capitalistas, acom medidas que facilitam tanto a espoliação dos recursos naturais junto com a privatização generalizada de todos os serviços públicos para saciar o apetite do mercado financeiro.

Somente a luta de classes pode produzir força suficiente para questionar este regime político como um todo. Contra a destruição ambiental que Bolsonaro e os empresários querem nos relegar, é necessário a mobilização, em aliança com os estudantes e os povos tradicionais, para enfrentar o capitalismo que devora o meio ambiente e nos explora para gerar lucro.




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