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GREVE PETROBRAS | A empresa aprofunda repressão contra uma greve que segue se fortalecendo

Petrobras segue em sua política anti-sindical em mais um dia de greve, entrando na justiça contra as mobilizações e emitindo comunicado chamando os trabalhadores a saírem da greve. Por outro lado, a luta dos trabalhadores segue se fortalecendo, ganhando mais adesões. Greve começa a desenhar um impasse.

Leandro LanfrediRio de Janeiro | @leandrolanfrdi

sexta-feira 6 de novembro de 2015 | 00:13

Entrando no oitavo dia em várias unidades do país, a greve dos petroleiros começa a rumar a um impasse que só pode se resolver com o escalonamento das posições de um dos lados ou, o abandono das posições conquistadas. A luta, estrategicamente, deverá se dar no “matar ou morrer” da luta contra a privatização.

A greve alcança todas refinarias, 47 plataformas na Bacia de Campos, diversas plataformas no restante do país, terminais de norte a sul e o CNCO , esta situação pode levar daqui a alguns dias a faltar combustíveis.

Jogando pressão para que a categoria desista, enfraqueça, esta que é a mais forte greve desde 1995, a empresa segue negando-se a negociar. E mais que isto vem aumentando seus ataques anti-sindicais. Depois de armar junto a polícia da Bahia a detenção do representante dos trabalhadores no Conselho de Administração, hoje foi vez da empresa emitir um novo comunicado aos trabalhadores e reprimir diretamente com a polícia, levando a detenções em São Caetano (SP) e em locais do sul do país.

Depois de um comunicado ontem que visava pressionar a que trabalhadores diminuíssem suas medidas de luta, o novo comunicado emitido hoje diretamente fala em “voltar ao trabalho”, sem marcar nenhuma negociação por mais que declara-se aberta a negociar.

Este tipo de chamado combinado a uma série de medidas judiciais adotadas em todo país como interditos proibitórios e até mesmo “habeas corpus” para que fura-greves entrassem em refinarias marca um sinal de que se os sindicatos, sobretudo aqueles dirigidos pelo governismo da Federação Única dos Petroleiros (FUP) não derem uma resposta à altura, a empresa aumentará suas medidas contra os trabalhadores.

Até o momento os trabalhadores estão mantendo suas medidas de luta e alcançando novos setores. Hoje os supervisores do estratégico Terminal de São Sebastião entregaram seus cargos e teriam aderido a greve segundo informações do Sindipetro Litoral Paulista. Fica em aberto como a empresa continuará a operação neste terminal, e como haverá abastecimento de petróleo nas refinarias de São Paulo, todas dependentes de petróleo oriundo deste terminal.

Para resolver o impasse colocado na greve e a intransigência da empresa e do governo, é necessário confiar na força da base de petroleiros em cada local de trabalho, fortalecendo as iniciativas a partir de comandos de greve locais. É necessário também que haja um comando de greve nacional unificado, do qual faça parte a FUP e a FNP (as duas federações de petroleiros), mas com representantes de comandos de base que assumam o destino dessa greve em nossas mãos. Só assim podemos evitar que a FUP, que demorou entrar na greve, cave uma saída sem termos uma conquista à altura da força que estamos demonstrando.

Exigimos que a CUT imediatamente organize ações de solidariedade ativa e um forte movimento democrático contra as medidas anti-sindicais. Por sua vez, a esquerda precisa dar exemplo e mostrar solidariedade concreta. O PSOL ainda não mobilizou seus parlamentares e figuras em apoio a greve. O PSTU também poderia colocar seu partido ligado a essa luta em todo o país, com ações de solidariedade da juventude e outras categorias.

Estamos mostrando a enorme força da nossa categoria, é o momento de seguir firme e fortalecer a luta com medidas como essa para vencer.




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