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OPERAÇÃO ZELOTES | A corrupção milionária do BankBoston, que hoje pertence ao Itaú

Operação Zelotes, que investiga empresas que teriam feito algum esquema para se livrarem de multas que estavam sob julgo da Carf, comissão especial do Ministério da Fazenda, prendeu dois investigados. Eles teriam livrado o BankBoston, atualmente Itaú Unibanco, de autuações milionárias.

quarta-feira 26 de julho de 2017 | Edição do dia

O auditor da Receita Eduardo Cerqueira Leite e Mario Pagnozzi, do escritório Pagnozzi & Associados Consultoria Empresarial, foram presos por ordem do juiz Vallisney de Souza Oliveira, da 10ª Vara Federal, em Brasília. Leite é um dos réus em ação penal por corrupção na Receita Federal e no Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf). O grupo é acusado pelo Ministério Público Federal (MPF) de envolvimento em esquema pagamento de propina em benefício do BankBoston, atualmente Itaú Unibanco.

Para obter o benefício milionário, o então diretor jurídico do BankBoston teria feito pagamentos ao escritório Pagnozzi & Associados Consultoria Empresarial, de São Paulo. Conforme os investigadores, a empresa fez várias subcontratações para que o dinheiro chegasse aos julgadores da Receita Federal e do Carf.

Entre os réus estão o ex-diretor jurídico do BankBoston Walcris Rosito, o auditor da Receita Eduardo Leite e os ex-conselheiros do Carf José Ricardo da Silva, Valmir Sandri e Paulo Cortez. Além de corrupção, os implicados vão responder por gestão fraudulenta, lavagem de dinheiro, apropriação de dinheiro de instituição financeira e organização criminosa.

O Itaú Unibanco disse que "não é parte do processo e não teve acesso à decisão". O BankBoston foi adquirido pelo Itaú Unibanco durante a tramitação dos processos sob suspeita e no início do ano o Itaú foi isento do pagamento de mais de 25 bilhões de reais com a fusão, isenção feita pela Carf mesmo com a Receita Federal declarando que a fusão gerou ganho de capital de R$ 17 bilhões.

A crise econômica parece não atingir os bancos, só no primeiro trimestre deste ano o Itaú já tinha lucrado 6 bilhões de reais, 20% a mais do que no passado, assim também foi com o Bradesco que anunciou lucro de mais de 4 bilhões e o Santander com R$ 2,28 bilhões, todos os valores maiores do que os lucros do ano passado, ou seja enquanto os índices de desemprego aumentam cada vez mais e o governo Temer atacam os direitos dos trabalhadores com suas reformas, os bancos seguem lucrando.

Viemos discutindo no Esquerda Diário, a seletividade da Zelotes nas investigações, alinhada aos objetivos políticos ligados ao golpe institucional e a aprovação das reformas, ao mesmo tempo que escancara a participação dos bancos e empresas nos esquemas corruptos. Mas sabemos que assim como a Operação Lava-Jato, nenhuma resolução da corrupção pode vir das mãos do judiciário reacionário. Enquanto mantém sua farsa de combate à corrupção, os bancos seguem lucrando valores exorbitantes, mesmo nos momentos de crise, e são os trabalhadores que estão pagando a conta.




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