No calor da primavera juvenil francesa, formaram-se coordenadorias estudantis regionais e a nível nacional. Os estudantes parisienses chamam a seguir mobilizados.
quarta-feira 6 de abril de 2016 | Edição do dia
Reproduzimos a convocatória da coordenação dos estudantes da região de Ile-de-France.
Nós, estudantes mobilizados contra a lei de trabalho, reunidos/as na coordenadoria regional de Ile-de-France, representando 19 universidades e estabelecimentos de ensino superior, pedimos a suspensão total e sem negociação do projeto de lei de trabalho.
A jornada de 31 de Março foi um grande êxito em toda a França: cerca de 1,2 milhões de pessoas manifestaram sua raiva e seu rechaço a essa lei antissocial. Tal lei se inscreve na continuidade das políticas pró-patronais estabelecidas pelos sucessivos governos.
Há cerca de três semanas milhares de estudantes universitários, secundaristas, trabalhadores e desempregados se mobilizam, apesar das tentativas do Estado de dividir e reprimir o movimento.
Hoje, enquanto Manuel Valls [primeiro ministro da França] convocou a UNEF (União nacional dos estudantes da França) a negociar outra lei de trabalho, nós reafirmamos que este movimento se auto-organiza pelas Assembleias Gerais e as coordenadorias (regionais e nacionais): o movimento representa a si mesmo.
O governo tem medo deste movimento se ampliar, e tenta por todos os meios fazê-lo calar-se.
Na última quinta, 31 de Março, 25 institutos secundários e a sede de PSA-Poissy [da companhia Peugeot-Citroen] foram fechados, assim como também numerosas universidades na semana anterior.
A repressão policial durante as manifestações e as assembleias seguintes (100 detenções em toda França, 15 em Paris) é inaceitável. Nós estamos levando adiante uma campanha contra a violência policial: não cederemos, não nos deterão.
Apesar da repressão, o movimento se estende e chega cada vez a mais setores.
Em 5 de Abril estaremos de novo nas ruas. Convocamos desde agora todos/as os/as trabalhadores e suas organizações sindicais a construir conosco uma greve geral prorrogável [que se mantenha no tempo]. Isto será possível unicamente através da autoorganização em Assembleias gerais e Comitês de Mobilização. Não nos satisfaz a posição da intersindical, que busca fazer do 5 de Abril uma simples interpelação aos parlamentares. Para construir esta greve, convocamos a criação de assembleias gerais Interprofissionais que tecerão os laços necessários para a convergência das lutas que obrigará que o governo se dobre.
Esta lei é uma precarização e nós queremos mostrar nosso apoio recíproco aos estudantes do mundo inteiro em luta contra este sistema de exploração e dominação. Levamos nosso apoio também aos refugiados/as e aos sem papeis.
Contra a precarização de nossas vidas e a ditadura patronal, lutaremos até o final!!
Tradução: Cassius Vinicius e Alícia Noronha
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