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SÃO PAULO | A REDE que pode se coligar com PSOL em Santo André, votou pela reforma da previdência de Doria

No início deste ano, a deputada estadual da REDE-SP, Alessandra Monteiro, votou a favor da reforma da previdência de Doria, enquanto do lado de fora da ALESP os servidores eram violentamente reprimidos pela polícia do PSDB. Essa prática vergonhosa de poucos meses atrás é mais uma mostra de que a REDE e seu compromisso com a política tucana não pode ser uma alternativa no combate à extrema direita, ao contrário do que defende a direção majoritária do PSOL de Santo André.

sábado 5 de setembro de 2020 | Edição do dia

No dia 3 de março deste ano foi votada às pressas a reforma da previdência do Estado de São Paulo, aprovação essa que só foi possível com uma brutal repressão policial e com o apoio ao projeto de Doria por parte de partidos aliados do PSDB, mas também pelo apoio dos que se dizem oposição, como a REDE, PSB e PDT.

Essa reforma de Doria, aos moldes da reforma federal de Bolsonaro e Paulo Guedes, impôs ataques profundos ao direito elementar de se aposentar após uma vida de trabalho, como o aumento da alíquota de contribuição de 11% para 14%, aumento da idade mínima para as aposentadorias comuns: 62 anos para as mulheres e 65 anos para os homens entre outros.

No caso da REDE, quem votou a favor da reforma foi a deputada Alessandra Monteiro, que recém havia assumido a cadeira, como suplente de Marina Helou, à época em licença maternidade.

Alessandra estava como suplente de Marina Helou, principal figura do partido e à época em licença maternidade, e representou a posição que a REDE de São Paulo veio debatendo em cima do projeto tucano, com alguns adendos marginais, mas defendendo abertamente o principal argumento de Doria de um suposto combate aos privilégios dos servidores. Porém, o que nem o PSDB nem a REDE explicaram é que direitos elementares como o de se aposentar não são privilégios, mas sim receber mais de 23 mil e ter inúmeros benefícios que são muito acima da renda média da população paulista, como é o caso do próprio Doria e dos políticos de seu partido.

Buscando esconder o fato desse voto que ajudou a atacar a previdência dos servidores, a principal figura da REDE em SP, Marina, se posicionou contrária a violência em meio à tramitação na ALESP, mas não sem antes fazer uma postagem reafirmar esse argumento tucano e privatista de que era necessária a reforma.

Essa prática vergonhosa da REDE na ALESP poucos meses atrás é mais uma mostra de que este partido e seu compromisso com a política tucana não pode ser uma alternativa para enfrentar esse regime degradado do golpe institucional. Ao contrário do que a direção majoritária do PSOL de Santo André vem afirmando para defender a coligação com a REDE na cidade, esse partido, que em 2016 também apoiou o tucano Paulo Serra, não é uma alternativa para as mulheres, população negra e conjunto dos trabalhadores contra Bolsonaro e seu governo de militares que levam a frente um brutal plano de ataques ditado pelo capital financeiro.

Veja também: Maíra Machado: “É um enorme erro o PSOL querer se coligar com a REDE que apoiou o tucano Paulo Serra”

Como estamos debatendo a nível nacional, nós do Movimento Revolucionário de trabalhadores consideramos um enorme erro a política de coligações que o PSOL vem constituindo em algumas cidades, que além de completamente estéril no combate à extrema direita só distancia o PSOL de oferecer uma alternativa à classe trabalhadora de uma saída que seja à esquerda do PT.




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