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GREVE NA MERCEDES BENZ | ’’A Mercedes Benz é uma grande vaca’’, declarou Moisés Salerges na assembleia dessa quinta feira

No quarto dia de greve, milhares de trabalhadores enchem o pátio da Mercedes na manhã dessa quinta feira. A montadora ainda não deu sinais de negociação.

sexta-feira 28 de agosto de 2015 | 00:00

Trabalhadores da Mercedes mais uma vez se encontraram às 7 da manhã no pátio da empresa, para uma assembleia que referendou a continuidade da greve. A assembleia contou com a solidariedade do Sindicato dos Bancários do ABC que estava representado na figura de Gilson que declarou que “(...)é necessário inverter a lógica que está colocada nesse país, nós não podemos fazer com que o setor financeiro tenha esses altos lucros em detrimento da produção, nós temos que taxar o capital especulativo para que seja gerado emprego e renda, para construir uma sociedade justa.”

Antes de serem apresentados os encaminhamentos do dia, também teve direito a palavra Tarcísio Secoli, ex trabalhador da Mercedes e atual secretario de Serviços Urbanos de São Bernardo do Campo, que disse que a última grande demissão em massa que aconteceu na montadora foi em 1981, quando 5100 trabalhadores perderam seus empregos , depois disso, segundo ele sempre foi possível negociar e impedir que a crise instalada na economia fosse tão prejudicial aos trabalhadores.

Na mesma semana em que Dilma disse ter subestimado os efeitos da crise econômica no Brasil, está claro que a multinacional não está disposta a negociar e conta com aval dos governos que seguem dispostos a atacar os trabalhadores para não mexer nos imensos lucros dos empresários.
Já embaixo de chuva Moisés Salerges, integrante do Comitê Sindical de Empresa e do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, pediu paciência aos trabalhadores, pedindo uma salva de palmas para todos os trabalhadores que participaram da passeata de quarta feira, que fechou a via Anchieta, dizendo que os funcionários da Mercedes representavam nesse momento os trabalhadores de todo o país que lutam contra a crise, “inclusive o governo precisa mudar o rumo da economia, não pode continuar desse jeito. Ajuste fiscal da forma que está sendo feito, tá equivocado”, denunciou o sindicalista.

Por fim, Moisés justificou a ausência de Rafael Marques, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos, explicando que ele está em Brasília cobrando do governo a renovação de frota. O sindicalista explicou que a Mercedes é “uma grande vaca, uma grande vaca que dá coice. Quando tem coisa pra ela comer, tá ali pastando, tá gorda, ela tá tranquila. Secou o pasto ela dá coice. Quem pensa, ah não é comigo, pode ter certeza, mandou um hoje e amanhã vai mandar outro, aqui a gente é número.” Discursou que a empresa não quer saber da vida do trabalhador e de sua família, afirmando que o sindicato fez vários esforços e que tem certeza que a greve será vitoriosa e que vão brigar a até a última hora.
Já com a chuva forte caindo, Moisés determinou a tarefa do dia, todos irem pra casa, já que estava sentindo uma energia boa vinda da luta. Pediu aos trabalhadores que pensem positivo e que todos deveriam ir pra casa refletir com a família e voltar para a próxima assembleia as 7 da manhã.

A luta da Mercedes continua e será preciso cercar de muita solidariedade a greve para que os trabalhadores sejam vitoriosos, já que pelos rumos da economia e a unidade entre governos e patrões para descarregar a crise nas costas dos trabalhadores será necessário muito mais que fé. Os empresários lucraram muito nos últimos anos de crescimento econômico e agora para seguir garantindo lucros altos mandam milhares de trabalhadores para a rua, deixando inúmeras famílias sem sustento, a unidade dos trabalhadores e seu protagonismo nas lutas é o que pode determinar a inversão dessa lógica e obrigar os capitalistas pagarem pela crise que criaram.




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