×

MUNDO OPERÁRIO | A Caoa quis demitir: trabalhadores respondem com greve e são readmitidos

Em meio à crise do coronavírus, quando mais que nunca os trabalhadores precisam de emprego, a Caoa-Cherry tentou demitir funcionários; entretanto a medida teve sua resposta: trabalhadores entraram em greve nesta quinta e a empresa precisou retroceder e readmiti-los. Nenhuma demissão pode ser aceita, proibição das demissões já!

sexta-feira 20 de março de 2020 | Edição do dia

Em nota divulgada à imprensa antes do anúncio da greve, a Caoa Chery havia afirmado que com as 59 demissões buscava “resistir ao cenário econômico atual e previsto para os próximos meses”. O que não dizem é que a marca teve no ano passado o maior aumento percentual de vendas em comparação com as concorrentes. Para onde foram todos estes lucros? Enriquecem com o suor dos trabalhadores e no momento em que seus estes mais precisam, a empresa não titubeia em botá-los na rua.

A empresa ainda teve a capacidade de afirmar que as demissões eram necessárias para manter os demais empregos. Por que estavam preocupados com os demais trabalhadores? Claro que não, mas sim por que, em suas palavras, estes “serão fundamentais para o lançamento de um novo produto previsto para o primeiro semestre deste ano”.

Entretanto essa medida teve sua resposta: os funcionários entraram em greve nesta quinta, afirmando que era inadmissível deixar 59 famílias sem sustento em meio à crise do coronavírus. Em menos de um dia a empresa foi obrigada a retroceder de sua decisão e readmitir os trabalhadores.

É preciso seguir exemplos como este, assim como o dos dos trabalhadores de telemarketings de várias regiões do país que estão se organizando e fazendo paralisações contra as inexistentes medidas de prevenção nos seus locais de trabalho. É preciso exigir do Estado que se proíba as demissões e rechaçar a proposta do governo Bolsonaro de redução das jornadas e salários. As licenças para os trabalhadores precisam ser 100% remuneradas e não descontadas das férias, como estão fazendo diversas empresas.

Medidas como esta precisam ser encampadas pelas grandes centrais sindicais, que neste momento apenas consentem com as parcas medidas já apresentadas pelos governos. Centrais como a CUT e CTB que dirigem centenas de sindicatos de categorias fabris deveriam estar criando em cada fábrica comitês de segurança em que os trabalhadores discutissem uma saída para essa crise e tivessem ações como esta.

Centrais à esquerda destas, como a Conlutas e a Intersindical, precisam ser exemplo de exigência dessas questões, inclusive propondo medidas como a que ocorre hoje na Inglaterra, em que fábricas de automóveis estão produzindo respiradores, itens essenciais para as UTIs. Enquanto os empresários controlarem as fábricas, e não seus trabalhadores, medidas como estas não se darão em larga escala. Mais que nunca os trabalhadores precisam unir suas forças, se organizar e exigir que não paguemos com nossas vidas por esta crise.




Comentários

Deixar Comentário


Destacados del día

Últimas noticias