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8 de Março | 8 de Março de luto em escola da Zona Leste pela morte de trabalhadora terceirizada

O Dia Internacional da Mulher foi de luto, tristeza e saudade na E.E. Prof. Marcos Antônio Costa na Zona leste da cidade de São Paulo, uma das funcionárias encarregadas da limpeza da escola Luciene Rodrigues de 56 anos, faleceu vítima da Covid-19. Uma perda que nos causa profunda tristeza e ódio já que Doria e Covas insistem em manter as escolas abertas e não aconteceria se realmente estivesse preocupado com nossas vidas.

segunda-feira 8 de março de 2021 | Edição do dia

O Dia Internacional da Mulher foi de luto, tristeza e saudade na E.E. Prof. Marcos Antônio Costa na Zona leste da cidade de São Paulo, uma das funcionárias encarregadas da limpeza da escola Luciene Rodrigues de 56 anos, faleceu vítima da Covid-19. Em 2020 o governador de SP João Dória tratou com total descaso milhares de trabalhadoras terceirizadas, como Luciene, colocando-as na rua, engrossando a fila de mulheres desempregadas e que sustentavam seus lares. Esse ano o governo Paulista impôs a reabertura das escolas sem ter o mínimo de condições adequadas para manter a segurança sanitária de toda a comunidade escolar. Ação que a cada semana vem levando a morte mais e mais trabalhadores da educação e até mesmo alunos.

Luciene deixará três filhos, que não mais poderão dividir e compartilhar a alegria de sua vida, assim como todos seus colegas de trabalho com quem dividiu por anos os espaços da escola. Uma perda que nos causa profunda tristeza e ódio já que não aconteceria se o governo realmente estivesse preocupado com nossas vidas. A realidade precária e sem segurança sanitária das escolas, que antes mesmo da pandemia já sofriam com sucateamento de suas instalações e falta de funcionários o que fazia com que trabalhadoras como Luciene tivessem que se desdobrar em jornadas cada vez mais extenuantes, jamais foi modificado. Manter as escolas abertas no pior momento da pandemia no Estado e no país só escancara que Doria, Rossieli, mas também Covas e Padula atentam apenas aos seus interesses políticos e pelos lucros dos grandes empresários do sistema educacional privado.

A morte da Luciene é emblemática em vários sentidos. Aconteceu hoje, 8 de março, uma data reservada à luta das mulheres. Não é uma data de flores e comemorações e sim uma data de luta, mobilização e resistência contra a precarização do trabalho que afeta milhares de mulheres como a Luciene que se viram desamparadas e descartadas por Dória e Covas. Eles, junto com tantos outros governantes a mando dos patrões, especialmente Bolsonaro, desde o início obrigaram milhões de trabalhadores a seguirem se expondo em transportes lotados e serviços sem condições sanitárias.

A greve das professoras e dos professores está em defesa do direito básico de preservação da saúde e da vida de toda a comunidade escolar. Cada escola conta com apenas duas ou três funcionárias o que torna humanamente impossível esse trabalho essencial e colocam em alto risco a possibilidade de contaminação pelo coronavírus, como infelizmente ocorreu com Luciene. No Estado, a luta contra a reabertura insegura das escolas foi boicotada pela burocracia da Apeoesp que não construiu de fato uma greve. Nas últimas semanas lançou mão de uma manobra para forçar o retorno dos professores para a escola e instaurar um formato de greve inédito, o da greve trabalhando. A mesma Apeoesp que não lutou contra a demissão de tantas mulheres terceirizadas como Luciene e as milhares de professoras contratadas em meio a Pandemia. Um insulto a uma categoria que historicamente sempre lutou por uma Educação de qualidade para todos e que se mostrou consciente da necessidade da greve em defesa da vida.

Rossieli, secretário da educação do Estado de São Paulo insiste em manter as escolas abertas enquanto o estado entra na fase mais restritiva do Plano SP de contingência contra a Covid-19. Mostra para todos que ele, Dória e Covas não são alternativas contra o negacionismo de Bolsonaro, Mourão e todo o regime do golpe. Eles são os responsáveis pela morte de milhares de trabalhadores e trabalhadoras.

Diante deste cenário de extremo ataque à classe trabalhadora, nós do Nossa Classe Educação, juntamente com o movimento Pão e Rosas, seguiremos lutando pela efetivação sem necessidade de concurso das trabalhadoras terceirizadas, pois sabemos que seus serviços são essenciais para o funcionamento de escolas, hospitais e tantos outros equipamentos. Essenciais nos seus lares, na sociedade. Na plenária nacional do Pão e Rosas, realizada no último sábado, Diana Assunção Fundadora do movimento e dirigente do MRT, disse que “a Pandemia não é um xeque mate contra a nossa classe, não vai nos derrotar. Bolsonaro e os golpistas não vão vencer. Das mulheres negras dos EUA às operárias têxteis de Mianmar, a gente é linha de frente para destruir o velho mundo e construir um mundo novo pra gente ter o direito não somente ao pão, mas também as rosas".

Não esqueceremos da morte da Luciene e de nenhuma das milhares de vidas femininas ceifadas por esse sistema de miséria. Juntas, mobilizadas e organizadas teremos a força de toda a classe trabalhadora para vingar e honrar suas vidas.




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