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MOVIMENTO OCUPA NO RJ E A LUTA CONTRA PEZÃO E TEMER | 6 propostas para avançar na luta contra Pezão e Temer

Os ataques do governo golpista de Temer desencadearam a maior onda de ocupações estudantis na história do país. E, agora, o pacote de maldades de Pezão coloca os servidores também na linha de frente da resistência aos ataques dos governos. Queremos aqui trazer um debate sobre propostas para avançar nas lutas e poder derrotar nossos inimigos.

Artur LinsEstudante de História/UFRJ

quinta-feira 10 de novembro de 2016 | Edição do dia

1- Tomamos os prédios de ensino; agora vamos às ruas!

As ocupações que começaram com os secundaristas no Paraná se alastraram como um rastilho de pólvora pelo país inteiro. O Rio de Janeiro não ficou para trás, e hoje temos diversos setores de estudantes que estão na linha de frente do movimento das ocupações: os secundaristas do Colégio Pedro II que ocupam 14 campi com uma greve dos professores e servidores; os Institutos Federais, como de Realengo, Nilópolis e Caxias; as universidades, como a UFRJ e a UFRRJ. Contudo, não podemos nos restringir a manter os prédios ocupados: é preciso levar esse movimento para as ruas, convocando manifestações unificadas que reúnam milhares para mostrar nossa força e colocar na parede os governos de Pezão e Temer.

2- O dia 11 pode ser um marco nacional para avançar na luta contra Temer e Pezão

Há uma paralisação nacional convocada para o dia 11. Sabemos que as centrais sindicais, CUT e CTB, não estão fazendo nada para que esse dia se efetiva como uma contundente demonstração de forças dos trabalhadores e da juventude: não convocam assembleias de base e organizam paralisações massivas. Contudo, é uma oportunidade para que os setores combativos tomem para si esse dia e coloquem todo o peso das ocupações, greves e lutas estudantis para fazer do dia 11 um primeiro momento de ir às ruas de forma unificada. Alguns setores, como o SEPE e as Asduerj, já convocaram uma paralisação. Cada ocupação e cada setor do funcionalismo em luta contra os ajustes de Pezão pode ser um agente ativo da construção de um ato para tomar as ruas do Rio nesse dia 11.

3- Fortalecer internamente e regionalmente as ocupações

Sabemos que a direita está na ofensiva e quer ir pra cima do nosso movimento, e não apenas utilizando suas armas jurídicas e a polícia, mas também a imprensa e seus pequenos capangas, como o Movimento Desocupa ou o MBL. A preocupação em manter as ocupações guarnecidas contra esses setores é fundamental, mas a forma mais eficaz que temos para guarnecer as ocupações contra ataques da direita é que elas sejam respaldadas e legitimadas pela população. Por isso, é fundamental procurar pais, professores, fazer passagens nas casas, reuniões, panfletagens, ganhar o apoio popular mostrando que as ocupações estão em defesa da educação. É isso que em mais de um momento pôde, por exemplo, em Porto Alegre, rechaçar tentativas do MBL de desocupar à força. Por outro lado, esse apoio é fundamental para garantir doações de alimentos e outros mantimentos necessários para o movimento. Essa é nossa principal arma. Isso não deve estar em contraposição aos nossos atos de rua, que são também uma forma de ganhar apoio e dialogar com a comunidade. Ficar dentro das escolas apenas pode levar ao desgaste e isolamento.

4-Freixo, seus eleitores e a bancada do PSOL podem ter um peso decisivo na luta

Mais de um milhão votaram em Freixo no segundo turno, procurando uma saída à esquerda do PT e contra o avanço da direita. As lutas em curso são uma oportunidade concreta de resistir aos ataques de Temer, Pezão e toda a direita golpista, e por isso é fundamental ativar as redes e contatos criados durante o período eleitoral para que esse setor se coloque ativamente em defesa das ocupações e greves e a construam. Por outro lado, a própria ação de Freixo e da bancada do PSOL (a segunda maior da Câmara, com seis vereadores) é também de imensa importância. Eles têm grande legitimidade e confiança, e é necessário que nesse momento coloquem seu peso para fortalecer as lutas, convocando o dia 11, utilizando seu espaço na mídia e no parlamento, os recursos de seus mandatos para fortalecer a luta.

5- Coordenar as lutas local, estadual e nacionalmente para fortalecer

A Juventude Anticapitalista e Revolucionária Faísca, que atua em diferentes estados, como RS, MG, RJ e SP, tem colocado seus esforços para propor medidas de articulação das ocupações e lutas em curso. Consideramos que a criação de comandos das ocupações e greves, com discussões feitas na base de cada local de estudo e a eleição de delegados para compor esses organismos, é um passo decisivo para aumentar nossa articulação e capacidade de intervenção. Na cidade e estado do Rio, unificar os setores em luta contra Pezão é fundamental para derrotar seus ataques. E, nacionalmente, para combater os ataques de Temer. Não é possível hoje contar com entidades burocráticas e conciliadoras como UNE e CUT para fazer essa articulação, ainda que tenhamos que exigir que coloquem seus esforços para a luta. É preciso articular desde a base de cada categoria, cada ocupação.

6- Unificar as categorias do funcionalismo, a juventude e os trabalhadores de empresas privadas

Não podemos manter nossa luta separada por categorias ou demandas específicas, pois nossos inimigos nos dividem justamente para dominar melhor, enquanto as burocracias estudantis da UNE e UBES, e as sindicais da CUT e CTB, compactuam com essa divisão para manter seu controle. Não podemos, também, deixar a luta contra os ataques de Pezão nas mãos de setores reacionários, como as polícias, que, ao lutarem por seus interesses corporativos estão lutando contra a população: melhores condições de trabalho para a polícia significa, concretamente, mais repressão e mais assassinatos da juventude negra. Nossos companheiros são os trabalhadores e estudantes que lutam em defesa dos nossos direitos e dos serviços públicos. A luta contra os ajustes de Pezão é a mesma luta que contra a PEC 241/55. A luta contra a destruição dos serviços públicos é a mesma que quer impedir a lei da mordaça ou a reforma do Ensino Médio para precarizar as escolas. Precisamos unir as categorias em luta, buscar apoio nos trabalhadores das empresas privadas que também serão atingidos com os ataques aos serviços públicos.

Convidamos todos os companheiros que estão nessa luta a tomar o Esquerda Diário como uma ferramenta para a divulgação e articulação, sendo um correspondente e mandando seus textos. É fundamental que os protagonistas dessas lutas se expressem com sua própria voz contra a mídia dos patrões que apoia os ataques de Temer e Pezão.




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