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Metroviários | 5 motivos porque Doria não é aliado dos metroviários contra Bolsonaro

Nos últimos dias, diante da manifestação que acontecerá hoje na Paulista, que terá a participação de setores da direita como o PSDB de Doria, além do MBL, PSL e outros partidos de direita e burgueses, reforçou-se a ideia em vários setores da esquerda de que qualquer aliança é útil para enfraquecer Bolsonaro. Em particular, o PCdoB, da Chapa 1, maioria do sindicato dos Metroviários de SP, debate em seu congresso como "positivas as movimentações eleitorais de Doria" como chamada 3° via. Mas também as outras correntes presentes na diretoria vêm defendendo que a unidade com Doria e a direita poderia fortalecer a luta dos trabalhadores.
Na política não é possível enfraquecer um ator político sem fortalecer outro, e nesse caso também os ataques que implementam juntos contra nossa classe, que é quem realmente se enfraquece. Aqui apresentamos 5 pontos do porquê não devemos considerar Doria um aliado, mostrando como essa orientação vai na contramão de derrotar Bolsonaro, Mourão e os ataques, não fortalece a classe operária, e pior ajuda a relocalização da velha direita e sua agenda de ataques em consonância com Paulo Guedes para as eleições de 2022.

sábado 2 de outubro de 2021 | Edição do dia

O PSDB está nesse momento aprovando uma reforma administrativa no estado de São Paulo e junto bom Bolsonaro uma reforma administrativa em todo o país, além da retirada da terra do indígenas e uma longa série de ataques. Não é possível combater todos os ataques que precarizam as nossas vidas, ao lado desse setor. Essas alianças caminham contra a unidade da classe trabalhadora na luta e o fortalecimento da luta contra Bolsonaro e todos os ataques

1- O PSDB de Doria foi um dos mentores do golpe de 2016. Desde a derrota de Aécio Neves o partido de João Doria trabalhou exaustivamente para articular o golpe institucional. Cujo, o objetivo nada mais era do que aprofundar e acelerar os ataques aos trabalhadores e as liberdades democráticas. Ninguém esquece o Bolsodoria, nada mais que a maneira do tucanato surfar na onda da extrema direita depois do fracasso de Alckmin em 2018.

2- Reforma Trabalhista e da Previdência. As duas reformas motoras do golpe institucional tiveram grande empenho por parte do PSDB nacionalmente. Doria foi figura central nesse processo. Não apenas apoiando a retirada e a flexibilização dos direitos, atacando os sindicatos, mas como também junto com o ex-prefeito Bruno Covas, articulou reformas semelhantes em SP. Como no caso do Sampaprev, ataque a aposentadoria dos servidores e professores, que em base a cassetetes e gás de pimenta da PM nas greves, foi implementado durante o período entre o Natal e o ano novo.

3- Pandemia, muita demagogia, mortes e desemprego. Com o avanço da pandemia, Doria tentou se descolar de Bolsonaro. Pra variar muito marketing e demagogia em relação a vacinação, mas na prática São Paulo foi um dos epicentros da COVID 19, revelou a precarização da saúde pública pelos tucanos, a ausência de leitos, a demora para vacinação, e um plano de isolamento nos auges da crise literalmente "pra inglês ver". Doria preservou os lucros da burguesia, e aprofundou ainda mais os prejuízos da situação econômica sob as costas dos trabalhadores.

4- Privatização Tucana, ataque a sede e demissões. A grande verdade é que a agenda entreguista de Paulo Guedes nacionalmente, já vem sido levada a frente pelo PSDB nas últimas décadas em SP, através do programa de Desestatização. Nele está não só a entrega das linhas em expansão para os lucros da iniciativa privada, mas de como todo o sistema de transporte. Essa política só não avançou mais nós últimos anos, devido as grandes batalhas realizadas pelos metroviários e ferroviários, com apoio da população, as duras greves, a defesa intransigente dos direitos e de um transporte de qualidade para população. Sempre se enfrentando com a linha anti sindical e repressiva de Doria e dos tucanos, que nunca pensaram 2 vezes em demitir trabalhadores, perseguir ativistas e promover ataques como de agora tentando retirar a sede do sindicato.

5- Terceira via favorece os trabalhadores? A resposta é simples e objetiva. Não. Não só porque o PSDB de Dória é um dos partidos que mais votou ao lado do governo Bolsonaro ataques contra os trabalhadores. Mas porque a suposta democracia defendida pelos tucanos ao se contrapor a Bolsonaro, no fundo se baseia na mesma ditadura do capital. O enfraquecimento de Bolsonaro através das vias institucionais, pela mão desses setores, só levara ao fortalecimento de uma fração burguesa e dos ataques que estão aprovando juntos, e está longe de representar um alternativa a classe operária. Ao contrário do que afirma o stalinismo do PCdoB, baseado na sua experiência histórica de conciliação de classe. A esquerda não pode seguir esse mesmo caminho. A adesão de Doria e de demais partidos burgueses, não representa uma fórmula algébrica de maior isolamento de Bolsonaro, mas sim de um movimento por parte da burguesia de manter o regime carcomido do golpe e aprofundar a agenda de ataques. Tampouco a saída conciliatória do PT, através da figura de Lula, também representa uma saída. Só a unidade dos trabalhadores, rompendo a passividade imposta pelas centrais sindicais, é capaz de reverter os ataques e derrotar Bolsonaro, Mourão e os Militares. Através de uma assembleia constituinte livre e soberana imposta pela mobilização, que possa dar condições políticas para o protagonismo direto dos trabalhadores em responder os principais problemas dos país.




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