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ELEIÇÕES CAMPINAS | 5 motivos para não votar em Pochmann

Veja cinco motivos para não cair na conversa de "mal menor" nas eleições municipais de Campinas.

Danilo ParisEditor de política nacional e professor de Sociologia

terça-feira 27 de setembro de 2016 | Edição do dia

1) Marcio não representa mudança: em uma eleição em que Jonas lidera e que Hélio vem em segundo, é natural que um setor mais crítico da população vote em Márcio buscando um “mal menor”. Essa lógica é equivocada, já que Márcio não oferece mudança. É só voltarmos um pouco no tempo: quem era o vice de Dr.Hélio, senão Demétrio Vilagra do PT? Quem, até pouco atrás, mantinha alianças com Dilma, senão Jonas? O PT dividiu nas últimas duas décadas a mesma lógica de governar com os empresários e com alianças de todos os tipos, e a candidatura de Pochmann segue esse caminho.

2) E as demissões, Marcio? Pochmann apresenta soluções e alternativas diante da crise econômica muito parecidas com as de Orsi, Jonas e Dr. Hélio. Daria um dicionário de jargões: “atrair investimento”, “cidade da tecnologia”, “empreendedorismo”. O candidato do PT busca conciliar os interesses dos empresários com os dos trabalhadores. Mas já vimos esse filme. Na MABE foram mais de 2 mil trabalhadores demitidos, com famílias na rua e sem conseguir colocar comida em suas casas. Dilma nada fez enquanto governava. É preciso se enfrentar com essa sistema econômico, taxar as grandes fortunas, e lutar por uma lei municipal para impedir as demissões. Os trabalhadores não podem ser mais a variável do ajuste. Mas Márcio sequer chega perto de falar contra os ataques do capitalismo em suas propostas, única forma que teríamos de enfrentarmos de fato os problemas estruturais desse país, como o desemprego.

3) Salário de professor? Aham... Pochmann tenta vender gato por lebre. Faz um discurso de questionamento dos privilégios, dizendo que abriria mão de seu salário para viver com o salário de um professor da Unicamp. Só esqueceu de dizer, que, juridicamente, ele seria obrigado a abrir mão de um dos salários, já que ganha mais de R$20 mil por mês. Se fosse sério no questionamento dos privilégios, Márcio defenderia a redução radical dos salários, para que todo político ganhasse igual a um professor do município. Mas está longe de defender isso.

4) Paz e Amor com Dr. Hélio. É vergonhoso o clima cordial de Pochmann na propaganda eleitoral e nos debates com Hélio. Afinal, PDT e PT foram unha e carne até Hélio ser cassado. Seu vice esteve envolvendo no esquema de desvio da SANASA que tirou dos cofres públicos mais de 200 milhoões. Não tem como falar em mudança e silencias sobre esse fato marcante em nossa história.

5) Foi golpe...mas e os golpistas? Mesmo após o golpe institucional, o PT segue aliado com partidos golpistas em mais de 1500 cidades e defendendo um sistema econômico em que os empresários sigam lucrando. Isso mostra que longe de encarar com seriedade a luta para barrar o golpe nas ruas, a aliança com esses setores segue sendo uma estratégia para esse partido em todo o país, existindo alianças com o PMDB, PSDB e DEM, e pensando as cidades para os empresários.




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