Apresentamos nesse texto 5 ideias e sugestões para fortalecer a greve depois de derrotar a manobra burocrática do sindicato no dia de hoje e manter a greve. Os trabalhadores da Comlurb podem arrancar a vitória contra Eduardo Paes e a justiça:
quinta-feira 31 de março de 2022 | Edição do dia
A greve dos trabalhadores e trabalhadoras da COMLURB ganhou mais força no dia de ontem, quando a COMLURB apresentou a absurda proposta de aumento parcelado, com 6% de reajuste imediato, 2% em agosto e sabe-se lá quanto em novembro. Com a renovação de forças, a categoria pode derrotar a presidência da COMLURB e Eduardo Paes.
A primeira tarefa que os garis tem diante de si é derrotar o sindicato mafioso e burocrático que está fazendo de tudo para acabar com a greve dos trabalhadores da COMLURB. O sindicato não mede esforços para ajudar Paes e os patrões, por exemplo chamou na hora do almoço uma assembleia em Campo Grande às 15hs onde tentarão terminar a greve. É crucial que cada gari vá e derrote o sindicato vendido! Apresentamos nesse texto 5 ideias e sugestões para fortalecer a greve depois de derrotar o sindicato e manter a greve. Os trabalhadores da COMLURB podem arrancar a vitória contra Eduardo Paes e a justiça:
1) CONFIAR NAS SUAS PRÓPRIAS FORÇAS
Quanto mais os trabalhadores e trabalhadoras confiam em suas forças, mais a greve terá impacto contra a prefeitura e a direção da empresa. A justiça tentou em 2014 calar a categoria decretando a greve ilegal, e não funcionou. Neste ano tentaram novamente. Rapidamente a greve ganhou força, e a justiça foi obrigada a adiantar o dia da conciliação. Se a categoria estiver unida e confiante da força que tem, Eduardo Paes, a COMLURB e o TRT terão que engolir a greve novamente, e atender as reivindicações da categoria.
2) FORTALECER A ORGANIZAÇÃO PELA BASE E A DEMOCRACIA DOS TRABALHADORES E TRABALHADORAS
A organização pela base dos trabalhadores é crucial. A sua organização independente da direção do sindicato é crucial. Sem isso vão acabar com a greve agora e essa organização pela base e independente foi a arma mais importante dos trabalhadores da COMLURB em 2014, e segue sendo essencial para a vitória. O sindicato tenta tomar para si o poder de falar sobre a categoria, sem consulta-la, fazendo assembleias que são verdadeiros golpes, e assim negociar da maneira que eles querem. Na reunião no TRT, a categoria elegeu um grupo de representantes que não eram do sindicato para negociar diretamente na audiência. Isso pode ser aprofundado: em cada gerência e setor, os garis podem se organizar democraticamente junto ao seu setor, elegendo os representantes que estão na dianteira da luta.
E assim conectar através das pessoas da linha de frente de cada local unir as gerências uma com a outra, juntar toda a força, a garra, e a criatividade da categoria para fortalecer a adesão à greve e tornar mais forte cada ação, como os atos. É crucial que cada decisão da categoria seja a própria categoria que tome. Quem manda na greve da COMLURB é cada trabalhador da COMLURB.
Um comando de representantes de cada gerência é uma ferramenta útil para dirigir as ações da greve, unificando a categoria de todos os lados para pensar estratégias e golpear Eduardo Paes unidos. Este comando também pode ser um espaço democrático para discutir a pauta da categoria. Como, por exemplo, a necessidade de um novo plano de saúde, pauta que o sindicato abandonou.
3) AUMENTAR O APOIO DA POPULAÇÃO
Os trabalhadores da COMLURB são a cara do povo. Com maioria de negros e muitas mulheres na linha de frente, se identificam com o proletariado que faz toda a cidade funcionar e com o povo pobre que mora nas regiões mais distantes, em bairros aonde não há acesso aos transportes e serviços públicos. Eduardo Paes tenta sem sucesso jogar a opinião pública contra a greve utilizando a grande imprensa. É útil aproveitar a insatisfação com a gestão de Eduardo Paes, jogando a população contra ele, mostrando como ele dá um aumento indigno aos trabalhadores essenciais da cidade, sobrando dinheiro para a prefeitura investir na especulação imobiliária, em obras caríssimas que não atendem as necessidades do povo pobre. Se a greve consegue apoio do povo, tanto nas Zonas Norte e Oeste, como Centro e Sul, Eduardo Paes estará derrotado. Para ganhar esse apoio é importante que a categoria faça chamados aos sindicatos, à esquerda e a população a fazer grandes manifestações junto dos atos dos garis. Para isso também é importante que categoria aumente as iniciativas que já estão acontecendo, como chamar campanha de fotos em apoio, distribuição de fitinhas laranjas em apoio a sua greve.
4) DENUNCIAR AS MARACUTAIAS FEITAS PELA PREFEITURA DE PAES
A COMLURB é uma das principais estatais da capital, e, no entanto é usada de moeda de troca de políticos e empresários. A contratação de máquinas superfaturadas, contratos com empresas terceirizadas para prestação de serviços como os caminhões, indicações de amigos para cargos de confiança dentro da empresa são a preferência de Paes e de Luciano Moreira. Fazem isso ao invés de atender as reivindicações de quem está no chão da empresa trabalhando faça sol ou chuva.
Defendemos a publicidade de todos os contratos, a publicação do nome dos grupos que se favorecem utilizando a COMLURB. Os salários do alto escalão, como gerentes, e diretores e o presidente, também devem ser púbicos. Essa medida precisa ser estendida a toda prefeitura e não só a COMLURB, Paes diz que não há dinheiro para os garis mas sobra em outras coisas, como nas obras do BRT com grandes empreiteiras. Assim, ficará claro para a população que as reivindicações dos trabalhadores são mais que justas e que é a prefeitura que direciona o caixa da empresa para negócios escusos.
5) ASSUMIR COMO PAUTA A REINTEGRAÇÃO DE TODOS LUTADORES
No ano passado, Bruno da Rosa e André Balbina aforam demitidos arbitrariamente pela COMLURB. A motivação: perseguição política. Antes já tinham demitido Célio e vários outros ativistas fazendo a mesma perseguição. Nesse greve, mais uma vez, querem fazer um discurso de criminalização do direito de greve e não podemos aceitar. Além deles, dezenas de outros garis que foram demitidos em outras greves seguem ainda esperando a lentidão da justiça para julgar seus processos. Os lutadores são demitidos para tentar amedrontar a categoria. Contra isso é necessário que os lutadores deixem claro que ninguém fica para trás. Lutar pela reintegração de quem foi demitido é lutar também pelo direito de greve, direito que diariamente atacado pela empresa e pela justiça.
Nós do esquerdadiario.com.br estamos prestando solidariedade ativa à greve dos trabalhadores da COMLURB, acompanhando a categoria desde a greve vitoriosa de 2014 contra este mesmo prefeito. Somos trabalhadores e estudantes de diversas categorias, e atuamos para prestar solidariedade e fortalecer a luta dos trabalhadores contra os patrões e o governo.
