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ESQUERDA DIÁRIO | 5,5 milhões de acessos: Esquerda Diário batalha por uma força militante socialista contra Bolsonaro e os ajustes

Com 95% das urnas apuradas, Bolsonaro registrou 56% dos votos, contra 44% dos votos de Fernando Haddad. Mais que nunca é necessário organizar uma poderosa força militante para enfrentar a extrema direita em cada local de trabalho e estudo. O Esquerda Diário está a serviço dessa batalha.

André Barbieri São Paulo | @AcierAndy

segunda-feira 29 de outubro de 2018 | Edição do dia

No combate a Bolsonaro, os ajustes e o golpismo, o Esquerda Diário – impulsionado pelo Movimento Revolucionário de Trabalhadores e vinculado à rede internacional de diários digitais da esquerda, La Izquierda Diario – soma mais de 5,5 milhões de acessos no período de 30 dias, sendo a imprensa mais importante do país à esquerda do PT (alcançando alguns dos principais periódicos da blogosfera petista, como o Viomundo, O Cafezinho, e o próprio site do PT).

Assim como atingimos milhões de visitantes na luta intransigente contra Bolsonaro, colocaremos todas as forças do Esquerda Diário para organizar uma poderosa força militante de trabalhadores, mulheres, negros e LGBTs, que batalhe com um programa anticapitalista e socialista e dirija energias para a construção da ferramenta que necessitamos para enfrentar a extrema direita e fazer com que os capitalistas paguem pela crise: uma organização revolucionária dos trabalhadores na maior economia da América Latina.

Da mesma maneira, impõe a construção dessa força militante anticapitalista e socialista a nível internacional. Ter um presidente como Bolsonaro altera as condições de combate para setores de massas, em primeiro lugar no Brasil mas também em toda a região. As ondas de choque do triunfo da extrema direita nas eleições brasileiras atravessam fronteiras, o que torna enormemente importante encarar esta batalha nos marcos internacionais. Por isso é tão importante que a esquerda argentina - tendo seu principal referente no deputado federal Nicolás Del Caño do PTS/Frente de Esquerda - tenha denunciado os ataques de Bolsonaro no Congresso Nacional.

Veja aqui: Mais de dois anos de luta contra o golpe no Brasil: as principais iniciativas do PTS-FIT

Com um discurso demagógico Bolsonaro esconde ser parte da mesma casta política corrupta que governa para os capitalistas (empresários, latifundiários e grandes banqueiros, que com a ajuda da grande mídia apoiam Bolsonaro), fazendo acordos com o DEM e o Centrão, lucrando com a política e aumentando exponencialmente seu patrimônio e de sua família.

Bolsonaro reúne ao seu redor a corte de escravocratas que quer descarregar sedenta os custos da crise em nossas costas. Empresários, latifundiários, financistas, igrejas evangélicas e os "mercadores da morte" reunidos nas corporações policiais e suas milícias apoiam os ataques prometidos por Bolsonaro. Foram auxiliados pelo autoritarismo judicial para que a campanha de Bolsonaro fosse fortalecida com manipulações eleitorais evidentes, ou fraudes que violam a própria legislação burguesa, como o recebimento de Caixa 2 através de patrocínio empresarial por Whatsapp.

A equipe de banqueiros (Bank of America, Santander) e empresários milionários que comporá parte de seu gabinete (um deles, o homem mais rico do Brasil, Jorge Paulo Lemann, dono da Ambev), terá uma função especial: trucidar cada ponto dos direitos trabalhistas, acabar com a CLT, escravizar a população através da generalização da terceirização do trabalho, em especial a população negra e indígena, que Bolsonaro e Hamilton Mourão odeiam.

Os patrões e grandes financistas querem enquadrar as organizações de massas, os movimentos sociais como MST e MTST, na "lei antiterrorista", para facilitar a aplicação inconteste dos ajustes.

Denunciamos no Esquerda Diário todo este programa escravista na economia que Bolsonaro quer esconder: eliminar o "custo trabalhista" e tirar a "carga salarial" das costas dos empresários. Esse programa escravista de Bolsonaro é sintetizado na frase: "Os trabalhadores devem escolher: todos os direitos e nenhum emprego, ou menos direitos e algum emprego". Passa pela aplicação selvagem da reforma trabalhista de Temer, e inclui, como reiterou Mourão, a abolição do 13º. Trata-se de piorar as condições de vida das massas trabalhadoras a um grau superior ao que fez Temer.

Não é possível combater seu governo, que representa os "donos do país" e a submissão ao imperialismo estrangeiro, sem uma enorme força organizada, em cada local de trabalho e estudo, com um programa anticapitalista e socialista que tenha influência sobre os setores de massas que vieram enfrentando Bolsonaro nos últimos meses. É a serviço deste objetivo que o Esquerda Diário dedica suas energias: uma força militante dos trabalhadores, mulheres, negros e LGBTs, com independência de classe, para que os capitalistas paguem pela crise.

A difusão a milhões de pessoas das ideias anticapitalistas, socialistas e revolucionárias, que articulam programática e estrategicamente a necessidade de combater as burocracias operárias e estudantis para retomar os sindicatos e centros acadêmicos para a ação unificada contra a extrema direita e os capitalistas, constitui a base para a construção de uma organização revolucionária na maior economia da América Latina.

Precisamos de uma organização dos trabalhadores à esquerda do PT

Como discutimos em nossa declaração do MRT, lançamos um voto crítico em Haddad, compartilhando o ódio da população contra a extrema direita reacionária, diante de eleições brutalmente manipuladas que querem impor uma mudança reacionária no regime político do país. Votamos em Haddad, entretanto, sem apoiar politicamente o PT e sem qualquer ilusão em sua estratégia meramente eleitoralista e de conciliação com capitalistas, que se mostrou absolutamente impotente para frear Bolsonaro.

Com Bolsonaro eleito, devemos nos perguntar: deixaremos nossa batalha nas mãos da "oposição petista" e sua estratégia de conciliação de classes que nos levou até aqui?

O PT, desde seu surgimento, mostrou a verve conciliadora de seu programa em todos os momentos políticos fundamentais da transição: na campanha das Diretas, na Assembleia Constituinte tutelada por Sarney e pelos militares, nas eleições de 1989. Esse compromisso fundamental com a estabilidade burguesa será a “segunda alma” do PT ao longo de toda sua história. Estando no Executivo ao longo da década de 2000, já como um pilar decisivo do regime burguês, o PT combinou crédito, consumo e conciliação, e distribuindo algum assistencialismo, disseminou a ilusão de que se poderia criar um “Brasil potencia” administrando o capitalismo com “rosto humano”.

O fim do superciclo das matérias-primas no cenário econômico mundial pós-crise de 2008 fez esta ilusão explodir politicamente nas Jornadas de Junho de 2013. Quebrava-se então a maior conquista dos governos petistas, que era o total imobilismo da sociedade civil, que o PT havia obtido com os anos auge do triunfalismo que se revestia como passividade e ausência de mobilização, como dizia Perry Anderson.

O “reformismo light” do lulismo se orientou a garantir o máximo lucro aos capitalistas, e a tranquilidade aos investidores estrangeiros através da contenção da luta de classes: como vimos durante as greves selvagens do PAC, as posteriores Jornadas de Junho de 2013, a onda de greves de 2014 e as lutas do funcionalismo. Para a contenção dessas expressões de luta, a burocracia sindical petista (especialmente a CUT) foi fundamental: para fragmentar, isolar e derrotar os trabalhadores, e com isso construir a passividade do movimento operário tanto no período anterior ao golpe institucional, como posteriormente.

A reação repressiva do governo Dilma – com a Lei Antiterrorista como símbolo – a adoção dos métodos corruptos habituais do capitalismo e a descarga de ataques sobre setores de massas terminou por pavimentar o caminho ao golpe institucional de 2016.

Não podemos ficar reféns da conciliação petista, que já povou sua impotência para retirar do país da sua espiral de atraso, decadência e submissão, que será acentuada selvagemente por Bolsonaro. Não há meio termo: ou se luta por um governo dos trabalhadores de ruptura com o capitalismo baseado nas organizações de democracia direta das massas – e para isso se constrói alternativa política dos trabalhadores, com independência de classe – ou terminaremos sempre reféns de reformismos que geram impotência frente às ofensivas autoritárias do capitalismo.

Esquerda Diário: organizador coletivo

Queremos levar à prática a ideia de um periódico revolucionário como organizador coletivo, nas palavras de Lênin, refletindo a experiência do Pravda bolchevique entre 1912 e 1914. Um "jornalismo integral", como explicava Gramsci, “jornalismo que não queira apenas satisfazer todas as necessidades de seu público, mas que pretende criar e desenvolver estas necessidades e, em certo sentido, gerar seu público e aumentar progressivamente sua área de influência”. Tirando as lições da tragédia da conciliação petista, buscamos a fusão do movimento operário com a esquerda revolucionária, o que não pode se dar sem a luta por inserir-se organicamente nos principais bastiões da classe trabalhadora industrial e dos serviços.

Convidamos todos a fazer parte deste projeto com o Esquerda Diário e o MRT: construamos essa força militante com independência de classes, à esquerda do PT, para combater o governo Bolsonaro, o golpismo e os ataques dos capitalistas!




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