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FUNDO ELEITORAL | 48% do fundo eleitoral será destinado para coligação de Alckmin

O novo fundo de campanha aprovado na reforma política injetará, nos próximos dias, R$ 1,72 bilhão de dinheiro público para ser usado pelos partidos nas campanhas eleitorais. Só a coligação das legendas unificadas pela candidatura de Geraldo Alckmin (PSDB), que são nove, receberá metade desta verba, R$ 828 milhões, para além da propaganda eleitoral na TV na qual o tucano já detém 44% do tempo.

quinta-feira 9 de agosto de 2018 | Edição do dia

Para a candidatura presidencial podem ser utilizados até R$ 70 milhões. Apesar do PSDB ter aprovado em resolução interna utilizar “apenas” R$ 43 milhões para Alckmin, segundo o tesoureiro da campanha se necessário haverá acréscimo da arrecadação de doações de pessoa física e do fundo partidário.

Até as eleições de 2014 as grandes empresas, empreiteiras, bancos e frigoríficos, eram responsáveis pelo grosso do financiamento eleitoral, o que foi proibido em 2015 pelo STF. Porém essa proibição é meramente formal uma vez que a reforma política aprovada por Temer ano passado permite doações ilimitadas de “pessoa física”. Antes o auto-financiamento tinha um teto de R$ 200 mil e o financiamento por outra pessoa não podia exceder 10 salários mínimos. Agora não há mais limite, sendo uma porta aberta para uma nova forma de "caixa dois", com dinheiro de empresas que entram como "doações individuais".

A divisão do "fundão" se dá de acordo com o tamanho das coligações formadas, portanto a segunda maior vai para a coligação em torno da candidatura presidencial do PT, correspondendo a R$ 270 milhões. Jair Bolsonaro (PSL) e Marina Silva (Rede) terão R$ 13 milhões e R$ 35 milhões, respectivamente.

Enquanto os partidos da ordem recebem milhões para que tudo siga como está, partidos pequenos recebem muito menos e sequer têm espaço na divisão de tempo na propaganda eleitoral televisiva. Sem contar a impossibilidade de se lançar uma candidatura autônoma, sem um partido legalizado. Com isso, mais uma vez fica nítido o caráter antidemocrático das eleições no Estado enquanto balcão de negócios dos capitalistas, algo que vem se agravando desde o golpe com a prisão arbitrária de Lula.

O próprio PT buscou em vão mostrar, pouco antes da prisão, que conduziria os ataques, com Gleisi dando diversas entrevistas defendendo uma reforma da previdência, mas o nível de ajustes desejado para jogar a crise nas costas dos trabalhadores é superior, e para isso entra a ação da Lava Jato. Mostram assim que pretendem, com a Lava-Jato, escolher a dedo o presidente que dará as melhores condições para passar estes ajustes, sendo Alckmin um dos mais cotados.




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