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DIA DA EMPREGADA DOMÉSTICA | 39% dos patrões dispensaram diaristas sem pagamento de salário em meio a pandemia

Segundo pesquisa do Instituto Locomotiva, 39% dos empregadores de gadores de trabalhadoras domésticas diaristas as dispensaram sem pagar seus salários, esse número chega a 45% entre empregadores de classes A e B (recebem mais de 1.526 reais mensais).

segunda-feira 27 de abril de 2020 | Edição do dia

Em meio a pandemia do coronavírus, milhões de diaristas e empregadas domésticas são deixadas, literalmente, para morrer de fome ou por conta do vírus, são dispensadas de seus trabalhos sem pagamento de salários e até agora muitas delas ainda não tiveram acesso ao auxílio emergencial. Segundo pesquisa do Instituto Locomotiva, 39% dos empregadores de gadores de trabalhadoras domésticas diaristas as dispensaram sem pagar seus salários, esse número chega a 45% entre empregadores de classes A e B (recebem mais de 1.526 reais mensais).

Há um contingente de milhões de trabalhadoras negras e nordestinas que continuam indo ao trabalho, em condições precárias de transporte público e expostas ao vírus, sem testes para elas e suas famílias, podendo ocorrer o que aconteceu com a primeira vítima de covid-19 no estado do Rio. Uma empregada doméstica que faleceu por ser obrigada a trabalhar na casa de sua patroa que testou positivo para o novo coronavírus. Por outro lado, milhões de trabalhadoras que foram dispensadas de suas funções sem pagamento do salário, estão a espera de um auxílio emergencial de 600 que nunca chega e já começam a sentir as profundas marcadas de uma crise sanitária que é descontada nas costas do trabalhador. Ou morre com o vírus ou morre de fome!

O Brasil é o país com o maior contingente de trabalhadoras domésticas, chegando a 6,5 milhões de pessoas, um batalhão em sua maioria de mulheres negra e nordestinas que moram nas periferias e favelas. São submetidas a jornadas de trabalho extenuantes e condições de trabalho super precários, sob pressão de patrões que as assediam moralmente. Isso é sem dúvida um resquício duradouro das heranças racistas da escravidão brasileira, um trabalho que a burguesia exige que seja negro e feminino, compostos de tarefas domésticas que em outros tempos eram realizados por negras escravizadas.

Hoje, no 1º dia da empregada doméstica na pandemia do coronavírus temos um cenário terrível, enquanto Bolsonaro e governadores disputam quem tem a melhor “saída” para população, milhões de trabalhadoras são dispensadas sem salário e nem sequer viram a cor dos 600 reais. Essas são marcas profundas da escravidão que permeiam a sociedade racistas brasileira. Não podemos nos iludir que o STF, Maia, Mourão e os militares tem alguma solução para os trabalhadores, eles também pouco se importam com as vidas dessas trabalhadoras e não são menos racistas que aqueles outros. Negam testes massivos aos trabalhadores, implementam a MP da morte colocando milhões de pais e mães de família sem seus empregos, se importam mais com os lucros dos capitalistas do que com essas vidas negras.




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