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BRUMADINHO | 37 mortes e risco de novo rompimento deixa Brumadinho em estado de alerta

O corpo de bombeiros alertou no dia de hoje que havia novo risco de rompimento de barragem que poderia afetar 24 mil pessoas, que foram orientadas a deixarem suas casas. Em caso de novo rompimento de barragem (número 6), a água atingiria todas as áreas de menor altitude do município em até 30 minutos. Os bombeiros voltaram atrás no alerta e as novas informações que chegam é de que "não há mais risco de novo rompimento". Até o momento, há 37 mortos e 256 continuam desaparecidos.

domingo 27 de janeiro de 2019 | Edição do dia

O alerta foi dado pelo Corpo de Bombeiros e foi anunciado nos principais jornais do país. A busca por novos corpos foi interrompida tendo em vista o risco de um novo desastre, o que pode significar a diminuição das já pequenas chances de encontrar novos sobreviventes. Tudo isso devido ao despreparo por parte do governo Zema (que é quem coordena toda a operação) para resgatar enquanto também garante a evacuação da região, junto à criminosa negligência da Vale que permitiu as barragens chegarem a essa situação, mesmo com seus lucros desde a privatização terem chegado a soma de quase R$ 320 bilhões e os lucros somente de janeiro a setembro de 2018 chegaram a 11,5 bilhões de reais.

O corpo de bombeiros havia alertado hoje a 24 mil moradores da região de um novo risco de rompimento e as últimas informações que chegam é de que não há mais risco. O desencontro das informações é uma das principais queixas dos moradores sobreviventes da região, que se já não bastasse terem de lidar com perda de familiares, casas e todos os pertences, ainda precisam lidar com os desencontros das informações propagadas entre Defesa Civil e governo.

Até o momento, com menos de três dias de busca, já foram divulgados 37 mortos e 256 pessoas ainda continuam desaparecidas; 192 pessoas foram resgatadas. O número de mortos já é quase o dobro do número de mortos em Mariana, na qual 19 pessoas foram mortas sob a responsabilidade da Samarco (Vale).

Estima-se que a maior quantidade de atingidos seja de trabalhadores e trabalhadoras da própria Vale, que almoçavam no refeitório quando a barragem se rompeu, invadindo a região e levando dezenas de vidas. Trata-se de um crime cometido pela Vale, que jogou à sorte a vida de centenas de pessoas, dentre elas grande parcela de operários que agora estão soterrados.

Após as promessas de aumentar as “facilidades” das mineradoras, reduzindo controles ambientais que são considerados como “entraves” e “burocracias”, o atual governador Romeu Zema tenta se relocalizar diante da tragédia e demagogicamente defende “maior rigor na legislação ambiental”.

Em todas as oportunidades que teve, Bolsonaro fez o mesmo que Zema, proclamando a diminuição das fiscalizações às mineradoras, um programa elaborado em base à infindável sede de lucro desses grupos capitalistas. Esse desastre é resultado não só da política petista de licenças ambientais para as mineradoras durante todos os últimos anos, mas é também resultado da política de privatização e da falta de fiscalização que Bolsonaro e Zema tanto defendem e que sem dúvida trarão novos resultados como esse.

A promessa de bloqueio dos bens da Vale feita pela Justiça e a multa promovida por parte do Ibama não chegam a suprir a barbaridade cometida por estes grupos capitalistas e não são quase nada perto dos bilionários lucros da empresa. Sequer essa promessa de bloqueio dos bens pode ser levada a sério, assim como não foi levado adiante no caso de Mariana. As vidas de centenas de trabalhadores e trabalhadoras, de crianças, idosos e tantos animais valem muito mais que isso. Os governos e a empresa são responsáveis e devem ser punidos pois sabiam há muito tempo do enorme risco do qual a vida de tantas pessoas estavam submetidas. É preciso mover a classe trabalhadora que está indignada com essa tragédia, através de uma forte mobilização contra esses governos que promovem a mesma política e também contra a Vale.

Não podemos mais aceitar privatizações, é preciso lutar pela re-estatização da Vale e de todos os serviços, sem nenhuma indenização a esses parasitas que lucram com as riquezas do país e mesmo sobre os nossos cadáveres continuam enriquecendo, colocando-a sob gestão de seus trabalhadores e especialistas do meio ambiente, com controle popular para garantir as mais seguras práticas de mineração e trabalho, para que as grandes fortunas do subsolo do país sirvam não mais aos interesses dos imperialistas, mas sim do povo brasileiro, garantindo saúde, educação, transporte e moradia a milhões de pessoas.




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