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CORONAVÍRUS | 32% dos hospitais no Brasil não realizam testes de coronavírus em seus trabalhadores

Pesquisa realizada em 150 hospitais mostra que quase um terço não está realizando exames de detecção do novo coronavírus nos próprios trabalhadores. Manifestações pelo país mostram a indignação e a disposição de luta dos profissionais da saúde.

quinta-feira 7 de maio de 2020 | Edição do dia

Foto: Edilson Dantas/Agência O Globo.

A pesquisa da consultoria TM Jobs mostrou a vulnerabilidade em que se encontram as trabalhadoras e trabalhadores da saúde. Em Brasília, Pará, São Paulo, Minas Gerais e outros estados aconteceram importantes mobilizações por melhores condições de trabalho. É preciso potencializar a resistência dos trabalhadores que são linha de frente da luta contra a pandemia.

Apesar de o Ministério da Saúde indicar que são esses profissionais os prioritários na realização dos testes, isso não acontece na prática. Os testes para os trabalhadores dos hospitais são fundamentais para a proteção não somente dos enfermeiros, médicos e terceirizados, mas também dos próprios pacientes, evitando que algum trabalhador contaminado assintomático transmita a infecção.

Existem hospitais que não disponibilizam testes desde o início da pandemia. Outros, como o Hospital Universitário da Universidade de São Paulo, que racionam máscaras para usos seguidos de 12 horas, quando a indicação é de apenas 2 horas. Ainda há hospitais que não garantem nem os EPI’s adequados, fazendo com que os próprios profissionais tenham que providenciar sua proteção. Para além de que profissionais grupos de risco ainda continuam tendo que ir trabalhar.

O número de mortos de profissionais da saúde no Brasil já ultrapassa os números de Espanha e Itália somados! Trabalhadores da saúde em todo o Brasil têm trabalhado sob condições precárias e com medo de ir trabalhar e ser infectado. Em sua maioria mulheres (85%), eles estão morrendo de forma alarmante, com a maior taxa do mundo. Os Estados Unidos, país com maior número de mortos (71 mil) perdeu 46 trabalhadores da saúde, a Itália (29 mil mortes) teve 35 óbitos e a Espanha (mais de 25 mil mortos) teve 4 óbitos entre profissionais da área.

Esses dados apresentados pela pesquisa revelam como a política levada a cabo pelo governo Bolsonaro, ou a dos governadores como Doria e Witzel, vão de políticas abertamente genocidas, como Bolsonaro, chegando no máximo a serem paliativas, de administração das mortes que poderiam ser evitadas, como dos governadores.

Administram as mortes e salvam os lucros dos empresários. É preciso dizer um basta imediato a essas políticas e ao sistema de conjunto, o capitalismo transforma nossa saúde em mercadoria e nossas vidas em números.

Os trabalhadores da saúde seguem sendo expostos e contaminados, em uma guerra sem armas. Entretanto diversas mobilizações começam a surgir pelo país. Babi Delatorre, trabalhadora do Hospital Universitário da USP, defende que deve existir uma coordenação e unificação nacional como forma de potencializar essas lutas e mobilizações. Os trabalhadores que estão na linha de frente do combate ao Covid-19 do Brasil inteiro gritam “Queremos EPI’s”, protestam, lutam e se manifestam. Essas lutas, se se mantêm dispersas, podem perder seu potencial.

Para avançar nessa perspectiva é fundamental que as organizações de esquerda, como PSTU e PSOL, e as centrais sindicais como Conlutas e as Intersindicais, se coloquem ativamente para construir essa alternativa e exigir das grandes centrais como CUT e CTB que parem de fazer palanque para os nossos inimigos, como FHC e Witzel no 1º de maio, e passem a organizar a luta dos trabalhadores.

No próximo 12 de maio, dia nacional das enfermeiras, pode ser uma primeira data para colocarmos de pé uma mobilização nacional e darmos o pontapé inicial na conformação de uma coordenação assim.




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