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PARALISAÇÃO NACIONAL ARGENTINA | 31M: Argentina faz grande paralisação nacional

Em meio ao ano eleitoral na Argentina e depois da crise política nacional disparada pela morte do ex-agente de inteligência de estado, Alberto Nisman, a classe trabalhadora argentina poderá fazer um contundente pronunciamento contra as políticas antioperárias do governo e os que preparam os sucessores de Cristina Kirchner.

André Barbieri São Paulo | @AcierAndy

terça-feira 31 de março de 2015 | Edição do dia

A convocatória dos sindicatos do transporte a uma paralisação nacional neste 31M recebeu a adesão das principais centrais sindicais opositoras ao governo Kirchner (a CGT de Hugo Moyano, de Barrionuevo e a CTA Micheli), que apesar de dirigidas pelas maiores burocracias sindicais argentinas, são obrigadas pela insatisfação das bases a acatar o chamado da paralisação. O eixo desta está na luta contra o imposto ao salário que afeta 1,5 milhão de trabalhadores, e que gera perdas de até 30% nos acordos salariais pactuados nas data-base.

Embora o governo tenha conseguido recuperar a iniciativa e fechar a “crise Nisman” se safando dos piores cenários (ficar diretamente responsável pela morte, ou ser processado por acobertamento), viu crescer a candidatura de Mauricio Macri, da oposição de direita e apoiado pela CGT Moyano, devido a seu desgaste político e à ampla politização, que diminuem as possibilidades do candidato oficialista vencer as eleições no primeiro turno. Tanto o peronismo kirchnerista quanto a oposição patronal coincidem nos planos de ajuste e arrocho salarial contra os trabalhadores.

Diante dessa disjuntiva, das disputas interburguesas entre o kirchnerismo e a oposição de direita para ver quem encabeçará os ataques aos trabalhadores, a burocracia sindical (que se divide em cinco centrais na Argentina) tenta restringir a atenção política dos trabalhadores às disputas entre os partidos da ordem, e desde já não organizará nada para que o 31M seja uma grande demonstração de forças da classe trabalhadora, independente de qualquer variante patronal.

Sobram motivos para se fazer um grande pronunciamento por todas as reivindicações da classe trabalhadora. Enquanto a burocracia se postula para controlar os trabalhadores neste 31M para que não emerjam como sujeito independente e não ameacem os ajustes que preparam os partidos burgueses depois das eleições, os setores ativos do movimento operário e da esquerda apostam numa paralisação ativa, massiva e organizada desde as bases, que leve em suas bandeiras as justas reivindicações contra o imposto ao salário, pela renda mínima familiar e contra a terceirização do trabalho, ligados a uma perspectiva política independente das desvalorizações, ajustes tarifários e a entrega do país ao capital financeiro pelos candidatos burgueses Macri, Massa e Scioli.

Por uma paralisação ativa e preparada desde as bases

Em Conferência de Imprensa na Câmara dos Deputados da Nação, delegados e referentes do sindicalismo combativo e de esquerda, junto aos deputados Nicolás Del Caño e Christian Castillo, da bancada do Partido dos Trabalhadores Socialistas (PTS) na FIT, anunciaram cortes em rodovias em todo o país e aos principais acessos à capital Buenos Aires.

Aderindo à paralisação, mas diferenciando-se dos métodos de paralisia da burocracia sindical, indicaram a decisão das assembleias operárias que realizarão cortes, desde a madrugada, na Rodovia Panamericana (onde se situa a zona industrial mais importante da Argentina); em Puente Pueyrredón e La Plata; no interior, em Rosario, Neuquén, Córdoba, Jujuy, Tucumán, Mendoza e Mar del Plata.

No decorrer do dia, o Esquerda Diário noticiará os eventos e imagens mais importantes da jornada do 31M, aproveitando a grande parceria editorial com o La Izquierda Diario argentino, uma grande iniciativa jornalística da esquerda revolucionária que se estende por toda a América Latina.




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