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DIA INTERNACIONAL DOS TRABALHADORES | 1º de Maio no mundo: os trabalhadores e trabalhadoras lutando nas ruas

Dia internacional de luta da classe trabalhadora. Neste novo 1º de Maio, a classe trabalhadora faz manifestações enormes em diferentes cidades do mundo, contra os ajustes e as medidas de austeridade, a precarização do trabalho e pela igualdade entre homens e mulheres.

terça-feira 1º de maio de 2018 | Edição do dia

Em quase todos os países do mundo, exceto nos Estados Unidos e no Canadá, se comemora no 1º de maio o Dia Internacional dos Trabalhadores, em homenagem à grande greve geral de 1º de maio de 1886 e seus lutadores assassinados, os Mártires de Chicago, desde decisão em 1889 pelo Congresso Operário Socialista da II Internacional.

Este 1° de maio na França não é uma data a mais. A 50 anos do Maio Francêz, a luta e o espírito da unidade operário estudantil seguem vigentes, com a enorme luta ferroviária e dos estudantes universitários na vanguarda. Nesta terça-feira, a comemoração se realizou com uma manifestação que saiu da praça da Bastilha até a da Itália por iniciativa a Confederação Geral do Trabalho (CGT) e da Confederação Francesa de Trabalhadores (CFDT) que, em sua convocatória, criticaram o “desprezo” do presidente Emmanuel Macron frente às reivindicações de setores como o estudantil e o operário, em luta contra as reformas de ajuste do governo. “A manifestação será uma nova etapa para exigir que se en lucha contra la reformas de ajuste del gobierno. "La manifestación será una nueva etapa para exigir que tenham consciência”, sinalizou a central sindical, que afirmou ter convocado a manifestação “pelo progresso social, a paz e a solidariedade internacional”.

Neste 1° de maio,a mobilização na França se coloca em um contexto de marcado conflito social, atravessado pelas greves dos trabalhadores da empresa pública ferroviária SNCF, que luta contra a reforma do sistema ferroviário que poderá incluir a privatização do serviço e em defesa de seu estatuto, os trabalhadores de Air France, os da eletricidade, os funcionários públicos e dos estudantes, que se levantaram contra a nova lei de acesso à universidade.

Em Paris, a manifestação que se dirigia da Bastilha sofreu as típicas provocações da polícia que, a partir de um incêndio em Mc Donalds, reprimiu os manifestantes.
Apesar de tudo isso, o líder da CGT, Philippe Martínez, manteve seu chamado a favor de uma “convergência das lutas”, ´pela qual não faz muito, contra as políticas liberais de Macron, que hoje viveu esta manifestação a milhares de kilometros de distância, no início da sua visita oficial na Austrália.

No total, 240 manifestações foram convocadas em todo o país, que serão seguidas nesta quinta e sexta-feira por greves da SNCF e Air France, e por outro manifestação no sábado, dois dias antes do primeiro aniversário do mandato de Macron, impulsionada pela France Insoumise de Jean-Luc Mélenchon.

No Estado Espanhol, dezenas de milhares de pessoas saíram às ruas das principais cidades para reivindicar salários mais altos e aposentadorias dignas, em rechaço à repressão estatal, contra a precarização do trabalho e exigindo a igualdade entre homens e mulheres. As principais manifestações em todo o estado foram convocadas por um lado pelos sindicatos majoritários, Comissões Operárias e UGT, enquanto por outro lado o sindicalismo combativo encabeçado pela CGT, crítico às burocracias sindicais tradicionais, convocaram manifestações alternativas entre as quais a de Madrid foi a mais concorrida. Neste ano se comemora o 40º aniversário da primeira manifestação legal do 1º de mio em Madri, ainda que a nível mundial se comemora desde desde 1889.

Manifestação em Madri

Também se levantaram consignas sobre os direitos das mulheres. Em Barcelona os lemas como “Não é não”, “Não é abuso, é estupro” e outros que pediam liberdade para os políticos catalães indepedentistas presos pelo regime de Rajoy também se fizeram presentes.

Manifestação em Barcelona

Na Alemanha, 340.000 pessoas participaram dos quase 500 comícios e manifestações convocadas pela Confederação dos Sindicatos Alemães (ADGB) em toda Alemanha sob o lema “Solidariedade, diversidade, justiça”. A ADGB exigiu que o governo implemente com rapidez e em sua totalidade as melhorias trabalhistas prometidas em seu acordo de coalizão e sublinhou que no caminho para o pleno emprego é indispensável organizar garantir condições dignas de trabalho para todos. “Agora ao governo cabe cumprir. Não aceitamos exceções, portas traseiras, nem táticas de atraso”, disse o presidente da DGB, Reiner Hoffmann, durante o comício central da confederação pelo 1º de Maio realizado em Nuremberg, no sul do país.

Manifestação em Berlim

Hoffman chamou a nível europeu que “abandonem as medidas de austeridade que colocam em perigo a coesão social” e afirmou que as pessoas precisam de “direitos sociais com os quais se corrijam de uma vez por todas a desenfreada lógica de mercado na Europa.”

Por sua parte, em Cuba, o recém nomeado presidente no dia 19 de abrl, Miguel Díaz-Canel, e seu antecessor, Raúl Castro, presidem na célebre Praça da Revolução de Habana o desfile pelo Dia dos Trabalhadores, no qual participam milhares de pessoas. A comemoração uma das maiores que acontecem em Cuba todos os anos.
Grandes cartazes e banners cobrem alguns dos principais edifícios da praça, como a Biblioteca Nacional, onde uma enorme lona mostra fotografias dos heróis nacionais Carlos Manuel de Céspedes e José Martí, junto a outras duas imagens de Fidel Castro.

Antes do início do desfile, tomou a palavra, como é tradição, o secretário general da Central de Trabalhadores de Cuba (CTC, sindicato único), Ulises Guilarte, que definiu o ato como “uma nova demonstração de apoio” à Revolução e a seus dirigentes.

Diferentemente de Fidel Castro, que costumava fazer um dos seus célebres discursos nesta data, seu irmão Raul preferiu na última década ceder o protagonismo aos líderes sindicais do país, uma decisão que Díaz-Canel manteve em seu primeiro Dia de Trabalho como presidente.

Além do ato central, no resto da ilha os cubanos também saíram às ruas com desfiles nas principais cidades, como a oriental Santiago de Cuba, com o segundo maior ato, onde tem protagonismo a figura de Ernesto "Che" Guevara, que está enterrado lá.

Em outros países:

Líbano

Turquia

Rússia




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