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17 ativistas do GreenPeace são presos pela PF após ação em frente ao Palácio do Planalto

Na manhã desta quarta-feira 17 ativistas do grupo GreenPeace foram presos pela Policia Federal do DF após fazer uma ação em frente ao Palácio do Planalto sobre os vazamentos de óleo na costa brasileira.

quarta-feira 23 de outubro de 2019 | Edição do dia

Os membros do GreenPeace, vestidos todos de preto, jogaram tinta preta no chão, simulando o óleo, e carregavam placas com escritos como “Brasil manchado de óleo” e “governo contra o meio ambiente”, além de posicionar barris em frente ao Palacio, simulando os barris de petróleo. Além da tinta e dos barris, os membros da ONG também empilharam galhos e pedaços de madeira que seriam restos das queimadas da Amazônia Legal, para protestar contra as queimadas.

O Ministério do Meio Ambiente respondeu, de forma extremamente cínica, que “houve depredação do patrimônio público” para justificar as prisões. A equipe técnica do DF legal afirmou que o GreenPeace deve pagar multa por depredar o patrimônio público. Seguindo o discurso de Bolsonaro, colocaram que “não bastasse não ajudar no esforço de limpeza das praias, o GreenPeace ainda depreda o patrimônio público”. Bolsonaro nos últimos dias deu declarações tentando atacar ONGs, responsabilizando-as por uma suposta “falta de esforço” em ajudar a crise dos vazamentos, como uma espécie de retaliação pelas campanhas durante a crise das queimadas na Amazônia, e tentando eximir a responsabilidade do próprio governo por esse cenário absurdo que deixa nossas praias e meio ambiente numa situação drástica.

É preciso que bem fique claro que a responsabilidade pelos danos ambientais causados em todo o litoral do nordeste pelo criminoso vazamento de óleo também é de Bolsonaro, que no ínicio do ano revogou todas as direções de todos os conselhos ligados à área ambiental, desorganizando completamente a atuação dos mesmos, além de ter nomeado para a pasta um o ministro Ricardo Salles, com profundas relações com o agronegócio, de longe o setor mais predatório da burguesia nacional. Essa nomeação atendeu ao único intuito de paralisar o ministério, abrindo caminho para uma intensa devastação ambiental, e que já provocou uma intensa crise na região amazônica.

No caso do vazamento de óleo, Ricardo Salles se omitiu e levou 41 dias para formalizar o acionamento do plano de contingência, que na prática sequer foi efetivo, uma vez que a mancha continua se espalhando livremente pelo litoral. Os impactos no mar serão muito intensos, uma vez que o óleo degradado em macromoléculas será absorvido pelos seres vivos dos ecossistemas marinhos, que terão sua resiliência afetada.

As prisões da PF são completamente absurdas e autoritárias, passando por cima do direito de manifestação dos membros da ONG, com uma argumentação cínica de danos ao patrimônio, num cenário em que o Governo enfrenta a segunda crise ambiental de seu governo. Um governo que desde a campanha eleitoral de 2018 defendeu que não deveria haver terras demarcadas no Brasil, que dava suporte a queimadas ilegais, e avanços do agronegócio na Amazônia, e que agora tenta tirar do próprio colo qualquer responsabilidade sobre o petróleo que toma conta de mais de uma centena de praias em nosso país.

É preciso fazer como os chilenos: a classe trabalhadora unida com a juventude tomando as ruas mostrando a sua força em um movimento capaz de questionar o regime político como um todo.




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